Wilson Lima terá 75% do tempo de TV, maior fundo e número de candidatos
Governador ganhou envergadura político-eleitoral robusta para sua reeleição ao fim da janela de troca-troca partidário.

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 05/04/2022 às 16:47 | Atualizado em: 05/04/2022 às 17:41
A envergadura político-eleitoral conquistada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), para sua reeleição é visível ao fim da janela de troca-troca partidário. Como resultado dessa movimentação, terá 75% do tempo de TV, maior fundo de campanha e número de candidatos.
Conforme revelam os números, Lima vai à disputa com toda essa robustez. Por exemplo, no tempo de TV. Ele terá 75% dos dez minutos da campanha dos candidatos majoritários. Da mesma forma, terá as inserções, que são na mesma proporção. Ou seja, de dez minutos, terá sete e meio.
Isso porque ele conseguiu formar grupo de 11 partidos com representação na Câmara dos Deputados. Sobretudo, os maiores.
Partidos com Wilson Lima
- União Brasil
- PL
- PSC
- Republicanos
- Avante
- Patriotas
- PTB
- PSB
- PMN
- PRTB
- PP (informação atualizada às 17h27)
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Diante dessa performance, que revelou um novato na política que aprendeu rapidamente a jogar com velhos caciques do Amazonas, não restou muito aos principais adversários.
Ao ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania), por exemplo, ficou só o esfacelado e dividido PSDB ao seu lado.
Como resultado, terá tão somente 10% do tempo de TV. Em outras palavras, um minuto de mídia.
Além disso, Amazonino ainda terá de enfrentar o desgaste das brigas internas tucanas entre Arthur Virgílio Neto e o senador Plínio Valério. Este jura, e aposta, que será candidato da federação a governador.
Braga defenestrado
Poucos foram os que quiseram ficar ao lado do senador Eduardo Braga (MDB). Até mesmo fiéis de décadas na política o abandonaram.
A rejeição, a ojeriza ao seu nome no Amazonas chegou a um nível que até para formar uma chapa de deputado estadual ele tem dificuldade.
Enquanto o evento de filiação do partido do atual governador virava uma festa de fechar as ruas, até agora nem se ouve falar de quem possa seguir Braga nesta eleição. Da metade de prefeitos que tinha no interior ao final da última eleição, muitos pularam para o lado de Wilson Lima. Como resultado, ao medebista restou uns dez prefeitos dos 30 que comandava.
Portanto, no frigir do troca-troca partidário, Braga também terá apenas um minuto na TV para se manifestar.
Muito pouco para quem, há bem pouco tempo, comandava o cenário político-partidário com a truculência e arrogância que lhe são peculiares.
Os demais
Já que Lima, Amazonino e Braga detêm 95% do tempo de TV, restou quase nada para os demais pré-candidatos a governador.
Dessa forma, Ricardo Nicolau (Solidariedade), Carol Braz (PDT) e Henrique Oliveira (Podemos) e outros dividirão esses 5% do tempo restante.
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As chapas proporcionais
No projeto para chegar ao Governo do Estado, a formação das chapas de deputados, tanto estaduais quanto federais, tem relevante importância na captação de votos.
Daí resulta, por conseguinte, a frenética troca de partidos na janela de um mês permitida pela Justiça eleitoral.
No Amazonas, o governador Wilson Lima levou ampla vantagem nesse quesito ante seus dois principais concorrentes, Amazonino e Braga.
Ele terá, por exemplo, 150 candidatos a deputados estaduais. Entre estes estão 20 dos 24 que compõem a Assembleia Legislativa (ALE-AM).
Enquanto isso, os exércitos adversários entram na guerra fragilizados. A chapa de Amazonino, como resultado, terá o número mínimo de estaduais, 25.
Igualmente, a chapa de Braga terá composição mínima.
Quando se trata da disputa pelas oito vagas da Câmara dos Deputados, as diferenças entre os times se acentuam.
O governador, portanto, formou chapa com 54 candidatos. Além disso, contabiliza o apoio de cinco dos oito atuais deputados federais.
Ao mesmo tempo, Amazonino tem hoje não mais do que nove nomes a lançar a deputado federal. Dos atuais deputados, nenhum lhe empenha apoio.
Sua principal aposta, dessa forma, é o jovem vereador Amom Mandel (Cidadania). No entanto, este ainda não se decidiu pela disputa federal.
Quanto a Braga, o quadro é ainda mais caótico. Ademais de não ter apoio de ninguém da bancada federal do Amazonas no Congresso, ele também não apresentou um nome sequer para formação da chapa.
Os demais pré-candidatos ao governo seguem a mesma dificuldade, fechando, no máximo, chapa de deputado estadual.
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E o dinheiro pra campanha?
Devido à força nacional que possuem, PSDB e MDB, então, detêm os maiores fundos para as campanhas eleitorais no país. No entanto, a realidade nos estados não é a mesma.
No Amazonas, por exemplo, a aliança pró-Wilson Lima, com PL, União Brasil, Republicanos, PSB e Avante, dá ao governador o maior fundo nesta eleição. Somados os recursos dos 11 partidos da sua coalizão, ele disputará a reeleição com R$ 2,2 bilhões (informação atualizada) nos cofres.
É um fundo que está muito aquém, sobretudo, do PSDB/Cidadania de Amazonino (R$ 400 milhões) e do solitário MDB de Braga, com R$ 356 milhões.
Além disso, mais distante ainda dos R$ 248 milhões do PDT de Carol Braz, dos R$ 187 milhões do Podemos do ex-vice-governador Henrique Oliveira e dos R$ 110 milhões do Solidariedade do deputado estadual Ricardo Nicolau.
.
Força partidária
Wilson Lima | 11
(União Brasil, PL, PSC, Republicanos, Avante, Patriotas, PTB, PSB, PMN, PRTB, Pros)
Amazonino Mendes | 2
(PSDB/Cidadania)
Eduardo Braga | 1
(MDB)
Ricardo Nicolau | 1
(Solidariedade)
Carol Braz | 1
(PDT)
Henrique Oliveira | 1
(Podemos)
Força da chapa a federal
Wilson Lima | 54 candidatos
Amazonino Mendes | 9
Eduardo Braga | 9
Ricardo Nicolau | 0
Carol Braz | 0
Henrique Oliveira | 0
Força da chapa a estadual
Wilson Lima | 150 candidatos
Amazonino Mendes. | 25
Eduardo Braga | 25
Ricardo Nicolau | 25
Carol Braz | 25
Henrique Oliveira | 0
Força do fundo de campanha
- Wilson Lima | R$ 2,2 bilhões
- Amazonino Mendes | R$ 400 milhões
- Eduardo Braga | R$ 356 milhões
- Ricardo Nicolau | R$ 110 milhões
- Carol Braz | R$ 248 milhões
- Henrique Oliveira. | R$ 187 milhões
Foto: divulgação/Secom