Wilson Lima leva primeiro turno com dobro dos votos do segundo, Eduardo Braga

Governador do Amazonas vai sair em disputa no segundo turno.

Pesquisa aponta Wilson 20 pontos de vantagem sobre Braga

Publicado em: 02/10/2022 às 21:46 | Atualizado em: 02/10/2022 às 21:46

O candidato à reeleição a governador Wilson Lima (União Brasil) venceu o primeiro turno das eleições no Amazonas com 42,5%, ou 798,8 mil votos. Esse era o resultado até às 20h55, com 98,1% da apuração pelo TSE. O segundo colocado foi Eduardo Braga (MDB), com 389,9 mil votos, ou 20,7%.  

O senador medebista superou Amazonino Mendes (Cidadania) após cerca de 70% da apuração das urnas. O ex-governador, que foi líder das pesquisas na fase pré-campanha, ficou em terceiro com 353,0 mil votos (18,7%). 

Com isso, Lima, outsider da política em 2018, e ainda o mais novo entre os que disputaram o cargo neste ano. Além disso, impôs a segunda derrota seguida a Amazonino na disputa pelo Governo do Estado.

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Votação elevada 

Nestas eleições, Lima repetiu o bom desempenho do pleito de 2018.

Sobretudo porque, em março de 2021, ele era considerado carta fora do jogo para o pleito. Engenheiros políticos o aconselhavam a não entrar na briga por sua reeleição. 

Até mesmo seus próprios aliados desconfiavam de sua competitividade no ano seguinte. 

Não era para menos. Em março do ano passado, Lima tinha 3% de intenções de votos. Sua rejeição se aproximava da casa dos 90%. 

A seu favor, porém, o inconformismo com os caciques do grupo político que dominou o estado por quatro décadas. 

O último que enfrentou, venceu e se deu mal nas mãos desse grupo foi José Melo (Pros). Ele desafiou Braga em 2014, venceu o pleito, mas desde então não teve mais sossego. 

Melo foi cassado em 2017 e, depois, preso. 

Conflito com o vice

Um fato marcou a fase de pouca experiência de Lima no mundo político. Foi quando experimentou uma tempestade de atritos com o vice-governador na chapa de 2018, Carlos Almeida Filho (PSDB).

Enfrentou 12 pedidos de impeachment, denúncias na Justiça federal e a oposição mais raivosa que um governador do Amazonas já teve em sua história. 

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Crises e resiliência

Depois dessa tempestades, Lima enfrentou crises naturais históricas, totalmente não previstas. Por exemplo, a maior cheia dos rios do Amazonas da história.

Logo no segundo ano de mandato veio a pandemia de coronavírus (covid). Simplesmente a maior crise sanitária jamais vista no mundo. 

Além de ter que administrar um cenário caótico totalmente inesperado, Lima teve de combater a artilharia dos adversários, lhe jogando contra a opinião pública.

Como resultado, o candidato partiu para a reeleição com um propósito: não responder às acusações e provocações dos adversários.

Para isso, adotou o slogan “O trabalho fala pela gente”.

Com esse ânimo, Lima vai ao segundo turno com a chance de entrar para a história do Amazonas como o político que nasceu e cresceu sem liderança política. 

Fotomontagem BNC Amazonas