Bolsonaro perde seus candidatos ao governo de estados nordestinos

Um candidato bolsonarista teve a candidatura cassada pelo TSE o outro desistiu para apoiar homem de Ciro Nogueira

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Publicado em: 29/09/2022 Ă s 18:42 | Atualizado em: 29/09/2022 Ă s 18:42

O julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que sepultou a candidatura de Valmir de Francisquinho (PL), lĂ­der nas pesquisas de intenĂ§Ă£o de voto para o governo de Sergipe, acabou de vez com o sonho do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) em ter um nome eleito no Nordeste.

No mesmo dia e quase na mesma hora, outro nome do PL desistiu. O Coronel Diego Melo renunciou Ă  disputa ao governo do Piauí para apoiar SĂ­lvio Mendes (UniĂ£o Brasil), candidato do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).

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SĂ£o contextos diferentes, que merecem explicações separadas. No caso de Sergipe, Francisquinho estava Ă  frente com folga e atĂ© fazia contas para talvez vencer no primeiro turno.

Ele foi cassado por conta de uma associaĂ§Ă£o da cor azul — usada quando Francisquinho era prefeito de Itabaiana — à campanha vitoriosa para deputado estadual do seu filho, Talysson de Valmir (PL). A cor era a marca de Francisquinho à frente da prefeitura.

A candidatura dele foi cassada em setembro pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), e o PL sabia que o sonho de governar Sergipe poderia virar um pesadelo com a insistĂªncia no nome de Valmir de Francisquinho. Como cabia o Ăºltimo recurso no TSE, o partido continuou a luta, atĂ© ser dada a decisĂ£o final pelo plenĂ¡rio hoje.

Segundo Fernanda Rios Petrarca, do Departamento de CiĂªncias Sociais da UFS (Universidade Federal de Sergipe), Valmir de Francisquinho optou por fazer uma campanha com ele como destaque, sem dar margem para indicar outro nome, caso fosse necessĂ¡ria a substituiĂ§Ă£o.

“O TRE jĂ¡ havia emitido uma decisĂ£o [em 8 de setembro] solicitando que a chapa retirasse o nome de Valmir e indicasse um outro, deu um prazo para isso. E eles decidiram nĂ£o indicar ninguĂ©m. O grupo nĂ£o parece ter um nome para sucessĂ£o nesse momento”, diz.

PiauĂ­ e a ligaĂ§Ă£o esperada

No caso do PiauĂ­, o Coronel Diego era o candidato que defendia Bolsonaro no estado, mas nem conseguiu o apoio dele. O presidente, em vĂ­deo, pediu votos para SĂ­lvio Mendes.

Diante de uma alta impopularidade de Bolsonaro no estado, a candidatura do coronel parece, contudo, ter cumprido um papel importante: puxar para ele o fardo de ser o candidato do chefe do Executivo federal e tira esse peso dos ombros de Mendes —a vice dele é a ex-mulher de Ciro Nogueira, Iracema Portella (PP).

Leia mais na coluna de Carlos Madeiro no portal UOL