Senadores da CPI da covid vĂ£o denunciar Bolsonaro no STF

Os senadores da CPI tinham dois caminhos para apresentar o pedido contra o presidente. Um seria pela Procuradoria-Geral da RepĂºblica. O outro, o escolhido, por meio do STF

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Publicado em: 28/06/2021 Ă s 10:25 | Atualizado em: 28/06/2021 Ă s 11:10

Senadores da CPI da covid vĂ£o entrar individualmente, e nĂ£o por meio da comissĂ£o, com uma notĂ­cia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda nesta semana, sob a acusaĂ§Ă£o de ter cometido prevaricaĂ§Ă£o, ou seja, nĂ£o ter ordenado uma investigaĂ§Ă£o pelos Ă³rgĂ£os competentes sobre as supostas irregularidades na compra da Covaxin.

“NĂ³s decidimos que, neste primeiro momento, vamos entrar individualmente com uma notĂ­cia-crime diretamente no STF contra o presidente Bolsonaro por crime de prevaricaĂ§Ă£o. NĂ£o serĂ¡ um ato da CPI neste momento. Institucionalmente, a comissĂ£o deixarĂ¡ essa etapa para quando votar o relatĂ³rio final”, disse ao blog o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Segundo o senador, a notĂ­cia-crime serĂ¡ assinada por ele e outros colegas da comissĂ£o. A ideia Ă© apresentĂ¡-la ainda nesta segunda-feira (28) ao STF ou no mĂ¡ximo nesta terça.

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“Depois do depoimento dos irmĂ£os Miranda, ficou claro que o presidente prevaricou, foi avisado de corrupĂ§Ă£o na compra das vacinas Covaxin, prometeu acionar a PF e nĂ£o o fez”, afirmou o vice-presidente da CPI.

Os senadores da CPI tinham dois caminhos para apresentar o pedido contra o presidente. Um seria pela Procuradoria-Geral da RepĂºblica. O outro, o escolhido, por meio do STF.

“Avaliamos que o melhor caminho Ă© o Supremo, para que ele decida acionar a PGR para emitir um parecer sobre a questĂ£o”, disse Randolfe.

Questionado se nĂ£o era melhor aguardar um aprofundamento das investigações, Randolfe Rodrigues disse que isso ficarĂ¡ para o relatĂ³rio final da CPI da covid. Nesta semana, a CPI vai dar novos passos na investigaĂ§Ă£o da compra da Covaxin.

A comissĂ£o vai ouvir o dono da Precisa, Francisco Maximiano, que intermediou a aquisiĂ§Ă£o da vacina, e aprovar a convocaĂ§Ă£o de pessoas e assessores envolvidos nas pressões para que o chefe de importaĂ§Ă£o do MinistĂ©rio da SaĂºde, LuĂ­s Ricardo Miranda, assinasse uma licença de importaĂ§Ă£o para antecipar pagamento pela compra da vacina.

Entre elas, o lĂ­der do governo na CĂ¢mara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).

No depoimento na sexta-feira (25), o deputado LuĂ­s Miranda, irmĂ£o do servidor LuĂ­s Ricardo Miranda, disse que, na conversa com o presidente, Bolsonaro citou que as irregularidades na compra da Covaxin seriam um “rolo” do deputado Ricardo Barros.

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Foto: Jeferson Rudy/AgĂªncia Senado