Estudo da FGV diz que MPF potencializou ódio ao PT na internet
Pesquisadores identificaram que o MPF fez uso político de sua conta no Twitter nos últimos anos, o que pode ter afetado a democracia em momentos decisivos

Publicado em: 31/05/2021 às 18:42 | Atualizado em: 31/05/2021 às 18:54
Um estudo realizado por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) afirma que o Ministério Público Federal (MPF) fez uso político de sua conta no Twitter nos últimos anos, o que pode ter tido potencial para afetar a governabilidade no país e a democracia em momentos decisivos como o impeachment de Dilma Rousseff e as eleições de 2018.
A pesquisa examinou um universo de 37.041 tuítes publicados pelo MPF desde sua entrada na rede social, em 2011.
Por meio de dois softwares, foi possível analisar o conteúdo das postagens e a rede de interação do órgão com outros usuários, a partir de recortes temporais relacionados ao noticiário político.
O tema “corrupção” aparece em 61,5% dos tuítes e retuítes da conta.
Os pesquisadores Rafael Rodrigues Viegas e Lucas Busani Xavier, que assinam o estudo, também identificaram que os picos de maior atividade do MPF no Twitter coincidiram com escândalos como o julgamento do Mensalão, em 2012, e com a divulgação de casos da Lava Jato.
Ao focar na corrupção em detrimento de outras áreas, como saúde e educação, o MPF forneceu à rede de apoiadores da Lava Jato e de Jair Bolsonaro informações contra seus inimigos políticos.
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Foto: Fernando Bizerra Jr/ Reprodução Ag Br