PT pede que STF solicite à PF e PGR investigação contra Bolsonaro

Segundo o documento, assinado pelo ex-ministro Eugênio Aragão e outros advogados, Bolsonaro comete crime ao não evitar a propagação de doença contagiosa

Bolsonaro participa de passeio e provoca aglomerações no Rio

Publicado em: 26/05/2021 às 18:54 | Atualizado em: 26/05/2021 às 18:54

O PT apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (24), uma notícia crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela série de atos de rua no mês de maio, com aglomerações e uso de verba pública para bancar o aparato de segurança.

A última manifestação reuniu apoiadores do presidente em motocicletas, no domingo (23), no Rio de Janeiro.

A peça pede que o STF envie o processo à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal para que abram investigação contra Bolsonaro.

Leia mais

PF aponta fortes indícios que Ricardo Salles está envolvido em corrupção

Segundo o documento, assinado pelo ex-ministro Eugênio Aragão e outros advogados, Bolsonaro comete crime ao não evitar a propagação de doença contagiosa (art. 268 do Código Penal), pois produz aglomerações e não usa máscara apesar da pandemia do coronavírus.

A peça aponta também o gasto de verba pública nas manifestações, mencionando o uso de aeronaves oficiais e o emprego de agentes de segurança.

Segundo o partido, trata-se de crime de emprego irregular dos recursos (art. 315 do Código Penal).

Inicialmente, o PT considerou apontar ainda suspeita de crime eleitoral, já que, segundo a argumentação do partido, os atos têm caráter político e são usados por Bolsonaro para atacar adversários e opositores eleitorais.

Nesse caso, a utilização de aviões da FAB e policiais militares seria vetada pela lei eleitoral, que proíbe o uso de entidades públicas para fins políticos.

No entanto, a peça final deixou de fora essa possibilidade e apontou somente os crimes sanitário e de desvio de finalidade da verba pública.

A peça afirma que Bolsonaro “atuou com consciência e vontade de promover e participar dos atos de manifestação em seu próprio favor, e contrário a seus adversários, em pleno cenário de pandemia e, não suficiente, direcionou, de forma irregular, o uso de dinheiro público para garantir condições à sua participação, gerando um duplo prejuízo à população, tanto no campo da saúde pública, quanto no Orçamento”.

Leia mais no Painel da Folha

Foto: Reprodução / redes sociais