Grupos de pessoas com comorbidades podem ficar para trás na fila da imunização
Estados e municípios começaram a priorizar professores e forças de segurança

Da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 04/04/2021 às 09:15 | Atualizado em: 04/04/2021 às 09:16
Grupos de pessoas com comorbidades podem ficar para trás na fila da imunização contra a covid-19. O motivo é que estados e municípios começaram a priorizar professores e forças de segurança.
Pela ordem do plano nacional de vacinação, doenças que elevam o risco de agravamento da covid-19 estariam na terceira fase da vacinação, à frente dos professores e de forças de segurança.
Por exemplo, pessoas com diabetes, hipertensão, obesidade, cardiopatias, doenças pulmonares e renais. De acordo com reportagem da Folha de São Paulo.
Segundo Rodrigo Olmos, professor de clínica médica da USP e médico do Hospital Universitário, dentro das comorbidades existem diferenças de risco para a covid e deveria haver uma classificação do impacto delas em cada município.
Para ele, como as comorbidades mais comuns, como diabetes e hipertensão, afetam boa parte da população adulta, um escalonamento por vulnerabilidade social seria uma boa saída.
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Alteração da ordem
Na opinião da epidemiologista Carla Domingues, que esteve à frente do PNI (Programa Nacional de Imunizações) por oito anos, a alteração da ordem dos grupos prioritários é ruim.
Segundo ela, não só pelo fato de atrasar a vacinação de quem tem mais riscos de adoecimento e morte pela covid como também prejudica o monitoramento do impacto da vacinação nos diferentes grupos.
“Cada hora tem um estado, uma cidade, fazendo uma política diferente. Muitas categorias que trabalham com o público deveriam ter prioridade, mas não temos vacina. O nosso foco tem que ser proteger os grupos mais expostos, os que estão morrendo mais mais.”
Para ela, professores que estão em home office e forças de segurança que ocupam cargos administrativos não deveriam estar entre os prioritários.
Em nota, o Ministério da Saúde diz a antecipação de parte do grupo prioritário das forças de segurança foi discutida na Comissão de Intergestores Tripartite e pactuada com o Conass e o Conasems (conselhos de secretários da saúde).
Leia mais sobre o assunto em Folha de São Paulo.
Foto: Marcello Casal / Agência Brasil