Ludhmila relata ameaças apĂ³s ser convidada para ser ministra

Ludhmila desabafou: "Vou continuar atendendo pessoas de esquerda e de direita. Isso, talvez, para algumas pessoas muito radicais Ă© algo que me diminui. Pelo contrĂ¡rio"

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Publicado em: 15/03/2021 Ă s 17:12 | Atualizado em: 15/03/2021 Ă s 17:12

A cardiologista Ludhmila Hajjar afirmou à CNN que sofreu ataques e ameaças de morte depois de ser convidada para assumir o MinistĂ©rio da SaĂºde pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela recusou a oferta, nessa segunda-feira (15), por “motivos tĂ©cnicos”. 

“Recebi ataques, ameaças de morte que duraram a noite, tentativas de invasĂ£o em hotel onde eu estava, fui agredida, [enviaram] Ă¡udio e vĂ­deo falsos com perfis, mas estou firme aqui e vou voltar para SĂ£o Paulo para continuar minha missĂ£o, que Ă© ser mĂ©dica”, disse Hajjar, em entrevista. 

“Vou continuar atendendo pessoas de esquerda e de direita. Isso, talvez, para algumas pessoas muito radicais – e que estĂ£o defendendo o discurso da polarizaĂ§Ă£o – Ă© algo que me diminui. Pelo contrĂ¡rio. Se eu fizesse isso, nĂ£o seria mĂ©dica, nĂ£o estaria exercendo a profissĂ£o, negaria o juramento que fiz no dia que me formei na universidade de BrasĂ­lia.” 

Ela disse que teve que deixar o hotel onde estava hospedada, em Brasília, com cuidado porque tinha sofrido ameaças de morte, mas negou que isso tenha afetado seus planos.

Ameaças nĂ£o influenciam

“Onde estou? Aqui, falando para o Brasil. Onde estarei Ă  tarde? Atendendo meus pacientes. Onde estarei amanhĂ£? Ă€ disposiĂ§Ă£o do Brasil. Isso [ameaças] nĂ£o vai mudar o que eu eu penso, o que eu falo e o que eu acho”, afirmou. 

“Essa polarizaĂ§Ă£o, esse radicalismo, essa maldade utilizada em redes sociais, isso hoje Ă© um atraso para o Brasil e vidas estĂ£o indo embora por causa disso, porque se criou uma narrativa baseada em algo que nĂ£o tem lĂ³gica, nĂ£o tem fundamento.”

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Convite rejeitado 

Ao ser questionada novamente pelos ataques, ela afirmou ter ficado um pouco assustada, mas disse que nĂ£o foi isso que teve mais peso em sua decisĂ£o de nĂ£o assumir a vaga.  

“Sei que isso passa, que sĂ£o pessoas que nĂ£o tem fundamento, que sĂ£o radicais, que estĂ£o polarizando o paĂ­s (…) Realmente fiquei assustada, tive meu celular publicado em vĂ¡rios grupos de WhatsApp, duas tentativas de entrada no meu quarto do hotel durante a noite – coisas absurdas, indescritĂ­veis, inimaginĂ¡veis”, afirmou. 

A mĂ©dica afirmou que comentou sobre esses episĂ³dios com o presidente Bolsonaro e que ele tambĂ©m relatou ter recebido o que chamou de “quantidade infinita de informações” e de “coisas irreais”. 

“Digamos que, para alguns, esse nosso encontro nĂ£o fosse tĂ£o agradĂ¡vel e essas pessoas fizeram de tudo para que nĂ£o houvesse uma convergĂªncia entre nĂ³s.” 

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Foto: CNN BrasilÂ