Turma do STF quer manter o julgamento da “parcialidade” de Moro
A defesa de Lula sempre questionou a conduta de Moro, afirmando que ele se conduziu de forma parcial nos processos que envolvem o ex-presidente

Publicado em: 08/03/2021 Ă s 18:21 | Atualizado em: 08/03/2021 Ă s 18:22
A sugestĂ£o de Edson Fachin de que o julgamento da suspeiĂ§Ă£o de Sergio Moro fica prejudicado depois que as condenações de Lula foram anuladas nĂ£o deve ser seguida com facilidade por outros magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF).
Integrantes da 2ª Turma do STF, onde a aĂ§Ă£o contra Moro tramita, pretendem manter a anĂ¡lise da suposta parcialidade do ex-juiz nos processos que envolvem o petista.
Nesta segunda (8), Fachin decidiu que a 13ª Vara Federal de Curitiba nĂ£o tinha competĂªncia para julgar o ex-presidente nos processos do trĂplex, de compra de um terreno para o Instituto Lula, de doações para o mesmo instituto e do sĂtio de Atibaia.
Com isso, todos os atos dos processos, inclusive o recebimento da denĂºncia contra o petista, foram anulados.
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No mesmo despacho, Fachin considerou que todos os habeas corpus apresentados pela defesa do ex-presidente questionando a conduta da Justiça ficaram prejudicados – ou seja, perdem a razĂ£o de ser e devem ser arquivados. Entre eles estĂ¡ a aĂ§Ă£o que levanta a suspeiĂ§Ă£o de Sergio Moro.
A previsĂ£o Ă© que ela seja pautada ainda no primeiro semestre. Os ministros da 2ª Turma vĂ£o ter a palavra final sobre a pertinĂªncia de que ela ainda seja analisada.
Lula foi condenado em 2017 e preso em 2018 por causa do trĂplex. A defesa dele sempre questionou a conduta de Moro, afirmando que ele se conduziu de forma parcial nos processos que envolvem o ex-presidente.
A postura de Moro voltou a ser questionada com maior intensidade depois do escĂ¢ndalo da Vaza Jato, em que conversas do ex-juiz com procuradores da Lava Jato evidenciaram a colaboraĂ§Ă£o entre o ex-magistrado e a acusaĂ§Ă£o.
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Foto: Marcelo Camargo/ABr