Segunda onda da covid-19 atinge os mais ricos em Manaus, diz cientista da Fiocruz
Nova cepa do coronavírus surgida em Manaus pode tomar país em um mês, estima cientista.

Da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 29/01/2021 às 09:21 | Atualizado em: 29/01/2021 às 09:27
O infectologista Marcus Lacerda, da Fiocruz-AM, disse em entrevista a O Globo, nesta sexta-feira (29) que a primeira onda do coronavírus (covid-19) em Manaus foi mais dura com os mais pobres da cidade.
Enquanto o grupo mais rico foi mais afetado na segunda, ou seja, como se a cidade tivesse tido duas “primeiras ondas” em populações diferentes, segundo o especialista.
Por outro lado, para Marcus Laceda, há muitos indícios de que essa variante específica do vírus é de fato um subtipo do vírus com maior capacidade de transmissão
“Provavelmente essa nova variante já está em outras regiões do país, e é questão de tempo ela se tornar dominante. Em cerca de um mês já deve prevalecer sobre outras no monitoramento” disse o infectologista da Fiocruz-AM.
Segundo ele, há muitos indícios de que a P.1, sigla dessa variante específica do vírus, é de fato um subtipo do vírus com maior capacidade de transmissão.
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Equipe internacional
Anteontem à noite, uma equipe internacional com participação da USP, Universidade de Oxford, King’s College e Universidade Harvard publicou artigo sobre o tema.
Encabeçados por Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, a P.1 é apontada como uma das principais suspeitas pela escala arrasadora da segunda onda de Covid-19 que varreu Manaus.
Em setembro do ano passado, o grupo havia publicado artigo sugerindo que a capital amazonense já teria atingido a chamada “imunidade de rebanho”, quando a parcela de população infectada pelo vírus é tão alta que o sistema imune das pessoas torna-se barreira à disseminação.
Pouco isolamento
De maio a dezembro, os manauaras praticaram pouco isolamento social sem que o vírus tenha se disseminado muito.
A explosão de casos ocorrida em janeiro de 2021, que provocou um segundo colapso do sistema de saúde do município, e também do estado, coincidiu com a emergência do P.1, sugerindo uma ligação.
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Foto: Lucas Silva/Secom