Joesley depõe e AGU pede bloqueio de R$ 850 milhões da JBS

Publicado em: 21/06/2017 Ă s 19:19 | Atualizado em: 21/06/2017 Ă s 19:19

O dono do grupo JBS, Joesley Batista, deixou, no fim da tarde desta quarta-feira (21), a sede da PolĂ­cia Federal em BrasĂ­lia apĂ³s um depoimento que durou quase oito horas.

Ele depĂ´s aos delegados da OperaĂ§Ă£o Bullish, que investiga irregularidades em aportes ao grupo concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento EconĂ´mico e Social (BNDES).

Investigadores da OperaĂ§Ă£o Greenfiel tambĂ©m participaram do depoimento, caso o empresĂ¡rio comentasse tambĂ©m as fraudes envolvendo fundos de pensĂ£o.

O depoimento começou Ă s 9h30 e terminou pouco depois das 17h. De acordo com as investigações da OperaĂ§Ă£o Bullish, o BNDES teria favorecido o grupo JBS, que atua no ramo de processamento de proteĂ­nas, em um esquema que envolveu – considerando todas as operações realizadas – cerca de R$ 8,1 bilhões.

Os aportes ocorreram entre 2007 e 2011. Joesley nĂ£o prestou depoimento quando a operaĂ§Ă£o foi deflagrada, em 12 de maio, porque estava fora do paĂ­s.

A Advocacia-Geral da UniĂ£o (AGU) solicitou, nesta quarta-feira, 21, ao Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU) o bloqueio imediato dos bens da JBS e de seus responsĂ¡veis.

Segundo a petiĂ§Ă£o, o objetivo Ă© garantir um possĂ­vel ressarcimento aos cofres pĂºblico de prĂ¡ticas ilĂ­citas efetuadas pela empresa da ordem de R$ 850 milhões.

A razĂ£o do pedido foi a manifestaĂ§Ă£o, nesta terça-feira, 20, do secretĂ¡rio de Controle Externo do TCU no estado Rio do Janeiro, Carlos Borges Teixeira, durante uma audiĂªncia pĂºblica na CĂ¢mara dos Deputados, em que ele falou sobre indĂ­cios de prejuĂ­zo em operações do BNDES com a empresa.

“HĂ¡ notĂ­cias que dĂ£o conta de que a referida empresa estaria em avançado processo de desfazimento de bens no paĂ­s”, escreveu a AGU.

A assessoria de imprensa da JBS disse que nĂ£o irĂ¡ se manifestar sobre o pedido da AGU, mas voltou a defender a delaĂ§Ă£o premiada de Joesley e de outros seis executivos do grupo cuja validade estĂ¡ sendo discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“A despeito do grande nĂºmero de informações e provas jĂ¡ entregues, os colaboradores continuam disponĂ­veis para cooperar com a Justiça e, conforme acordo firmado com a Justiça, estĂ£o sendo identificadas informações e documentos adicionais como complementos Ă s investigações e que serĂ£o entregues no prazo de atĂ© 120 dias”, afirmou a JBS, por meio de nota.

 

 Seguranças

Durante a oitiva de Joesley Batista, funcionĂ¡rios da PF notaram a presença de duas pessoas no prĂ©dio que foram identificadas como seguranças particulares do empresĂ¡rio.

Como estavam armados e, por procedimentos de segurança, eles tambĂ©m foram ouvidos pelos policiais federais e revelaram que sĂ£o policiais civis do estado de SĂ£o Paulo. Por esse motivo, foi instaurada uma medida administrativa sobre a qual tambĂ©m foi ouvido o empresĂ¡rio e que pode resultar em multa a ele, como contratante dos serviços particulares dos policiais.

Fonte: AgĂªncia Brasil

 

Foto: EstadĂ£o