Coroinha, depois de torturado, é assassinado na guerra de facções no país
O homicídio ocorreu em mais um caso da escalada de violência no Ceará com guerra entre as facções FDN, CV, PCC e GDE

Publicado em: 03/09/2020 às 15:32 | Atualizado em: 03/09/2020 às 15:32
No último dia 18, ao ser confundido com um membro de facção criminosa, o coroinha Jefferson Brito Teixeira, 14, foi morto com brutalidade por criminosos. Em suma, o homicídio ocorreu em mais um caso da escalada de violência entre facções no Ceará. Ele servia na paróquia São Pedro, em Barra do Ceará, periferia de Fortaleza.
A princípio a Família do Norte (FDN), facção com berço no Amazonas é uma das envolvidas na onda de violência. Sobretudo por disputa de território e tráfico de drogas, com o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro; Guardiões do Estado (GDE), grupo criminoso local; e o PCC de São Paulo.
Conforme reportagem da Folha, a notícia do assassinato de Jefferson chegou ao Vaticano, por meio de carta enviada por Kilbert Amorim Naciel, integrante da paróquia. Em resposta, o papa Francisco enviou uma mensagem de pesar.
“Dói-me muito o que contas sobre Jefferson. Estou próximo de ti e rezo por ti, pela comunidade paroquial de São Pedro da Barra do Ceará. Rezo pelo eterno descanso do Jefferson e também rezo pela avó que ficou sozinha. Que Deus tenha misericórdia dos assassinos. Por favor, não te esqueças de rezar por mim e te peço que digas à avó de Jefferson que estou muito próximo a ela. Que Jesus te abençoe e a Virgem Santa cuide de ti. Fraternalmente, Francisco.”
Crime Brutal
Jefferson voltava da aula de capoeira, no fim da tarde, quando foi linchado e teve o corpo vilipendiado.
Segundo informações coletadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, o coroinha, que não tem antecedentes criminais. Dessa forma, ele pode ter sido confundido com um rival porque apresentava três cortes na sobrancelha, como teria o real alvo.
Ele foi morto com chutes, pauladas, pedradas e tiros de arma de fogo. Este, portanto, ocorreu no entroncamento de três ruas, limitadas por facções.
“Muito triste ver uma criança perder a vida assim, do nada. Foi muita maldade o que fizeram com esse menino, que não fazia mal a ninguém. Vi ele crescer. Era sempre atencioso com a avó, um servo de Deus. Era como um filho pra mim. Só me resta o consolo celestial”, contou uma vizinha, que pediu anonimato por temer represália.
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Foto: Divulgação
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