Operação da PF cumpre mandados de prisão no AM e mais oitos estados
Na ação, mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprem 36 mandados

Publicado em: 13/08/2020 às 09:56 | Atualizado em: 13/08/2020 às 09:56
Operação Vírion da Polícia Federal cumpre mandados de prisão nesta quinta-feira (13) no Amazonas e mais oitos estados incluindo o Distrito Federal. Em suma, o nome da operação faz referência ao “estágio” do vírus no qual ele se encontra, de infecção.
A princípio, os principais alvos são de suspeitos de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações de produtos. Assim como serviços para o enfrentamento da covid-19 no estado de Roraima.
O valor das contratações suspeitas de irregularidades chega a R$ 50 milhões. Dessa forma, o dinheiro foi utilizado na aquisição de insumos médico-hospitalares básicos. Bem como respiradores, testes rápidos, material informativo impresso e leitos em hospitais particulares.
Na ação, mais de 150 policiais federais, com apoio de servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), cumprem 36 mandados de busca e apreensão em oito estados. Portanto, são eles: Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Roraima, Santa Catarina – e no Distrito Federal.
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
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Investigações
O inquérito policial indica que um ex-secretário de Saúde de Roraima teria se articulado com um deputado estadual para contratar empresas integrantes do esquema.
A partir disso, eles faziam o rateio de percentuais que seriam destinados às empresas. O parlamentar solicitava a servidores que dessem andamento aos processos e pagamentos de seu interesse, inclusive cobrando pagamentos antecipados destinados às empresas do esquema. Um ex-deputado estadual também atuaria na organização.
As investigações sugerem que a organização criminosa se aproveitava da possibilidade de contratações diretas, em razão da pandemia, para facilitar os crimes.
Os procedimentos não seguiam ordem cronológica, processos mais antigos eram preteridos em favor dos de interesse do grupo.
Segundo a PF, o trâmite era concentrado em único setor da Secretaria de Saúde. Este, portanto, sem qualquer transparência ou publicação.
A Controladoria-Geral da União identificou vários indícios da prática de sobrepreço e de irregularidades nas contratações e nos pagamentos, além de falta de transparência na execução dos recursos federais destinados a Roraima, o que dificulta a própria fiscalização dos gastos.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil