Ministro do STF reforça crítica a militares na política de saúde do país

Gilmar Mendes esclareceu que respeita as Forças Armadas, mas que não cabe a elas formular políticas públicas de saúde, ainda mais em um momento de pandemia

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Publicado em: 14/07/2020 às 09:37 | Atualizado em: 14/07/2020 às 09:40

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes divulgou uma nota para explicar sua declaração de que o Exército se associou a um “genocídio”, na gestão da pandemia.

Na nota, o ministro esclareceu que respeita as Forças Armadas, mas que não cabe a elas formular políticas públicas de saúde, ainda mais em um momento de pandemia.

Gilmar mencionou o fato de diversos militares terem sido nomeados para postos-chave na pasta.

O ministério é comandado interinamente desde maio pelo general Eduardo Pazuello, que levou nomes do Exército para a estrutura da Saúde.

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“Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, disse o ministro na nota.

Ele ainda citou que o país já tem mais de 72 mil mortos por Covid-19 e que qualquer analista se preocuparia com as políticas públicas de saúde que estão sendo tomadas.

“Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas”, disse o ministro do STF.

A declaração em que Gilmar citou o “genocídio” gerou reação no Ministério da Defesa.

A pasta informou nesta segunda-feira (13) que encaminhará uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro.

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Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF