Médicos estão entre os 12 mil servidores que receberam auxílio de R$ 600
Os servidores públicos municipais receberam R$ 8,9 milhões em Auxílio Emergencial irregularmente

Publicado em: 03/07/2020 às 16:43 | Atualizado em: 03/07/2020 às 16:46
Doze mil servidores públicos municipais receberam R$ 8,9 milhões em Auxílio Emergencial irregularmente, alguns deles são médicos e outros profissionais da saúde.
O grupo já é alvo de investigação no âmbito federal.
Os dados estão na Nota Técnica assinada pelo presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheiro Mario de Mello, e pela superintendente da Controladoria Geral da União, Seção Amazonas (CGU-AM), Mona Liza Prado Benevides Ruffeil, divulgada nesta sexta-feira (03).
Investigação
Os números são fruto de um cruzamento de dados realizado pela CGU-AM, baseado nos números fornecidos pelo TCE-AM, no mês passado.
O Tribunal de Contas integra a Rede de Controle do Amazonas e, sempre que é acionado, fornece dados técnicos aos membros da rede.
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Conforme o levantamento disponibilizado, os 12.359 servidores receberam o benefício de enfrentamento ao coronavírus (covid-19).
Entre os profissionais estão efetivos e temporários — muitos da área da saúde, como médicos, por exemplo.
O cruzamento de dados identificou o seguinte recebimento:
4.207 receberam o valor pelo ExtraCad;
5.205 pelo CadÚnico
2.947 receberam pelo Bolsa Família
O total desviado foi de R$ 8.902.200,00.
Entre os beneficiados estão, também, estagiários lotados nas repartições públicas.
Pedido e crimes praticados
A solicitação dos dados referentes às folhas de pagamento dos servidores foi realizada no dia 28 de maio passado à presidência do TCE-AM.]
Na ocasião, a superintendente da CGU Amazonas, Mona Liza Prado Benevides Ruffeil, solicitou ao conselheiro Mario de Mello os dados dos servidores municipais.
A rede de controle é composta pelos seguintes órgãos:
TCE-AM
CGU
Tribunal de Contas da União
Procuradoria Geral da União (PGU-AM)
Ministério Público Federal
Ministério Público do Estado
Polícia Federal
Ministério Público de Contas.
Crimes cometidos
Os 12 mil servidores investigados pelo Governo Federal poderão responder por crimes de falsidade ideológica e estelionato.
Também responderão por infrações disciplinares no âmbito do poder público estadual e municipal pela percepção do Auxílio Emergencial.
Artigo veda servidores
O artigo 7º, § 1º, inciso VI, do Decreto n.º 10.316/2020, estabelece expressamente que:
Agentes públicos, incluindo os ocupantes de cargo temporário, função de confiança, cargo em comissão e os titulares de mandato eletivo, não possuem direito ao benefício, logo o recebimento torna-se ilegal.
Cada caso no Amazonas está sendo investigado.
Vale ressaltar que os envolvidos podem devolver os valores indevidos se quiserem, o que diminuiria as consequências administrativas e penais.
Basta encaminhar e-mail para o endereço eletrônico devolucaoauxilioemergencial.cidadania.gov.br.
Os casos de suspeita de uso de CPF e dados pessoais ilegalmente para a obtenção do auxílio emergencial, o servidor deve formular denúncia por meio do Fala.BR https://sistema.ouvidorias.gov.br/ .
Foto: Divulgação