Militares atrapalham atuaĂ§Ă£o do Ibama contra o desmatamento, acusam fiscais

Fiscais do Ibama avaliam como atabalhoada, inexperiente e atĂ© mal-intencionada a operaĂ§Ă£o dos militares que começou em  maio na AmazĂ´nia

Militares e fiscais do Ibama

Publicado em: 28/06/2020 Ă s 12:12 | Atualizado em: 28/06/2020 Ă s 12:14

A atuaĂ§Ă£o das Forças Armadas no combate ao desmatamento na AmazĂ´nia tem mais atrapalhado do que sido eficiente.

A acusaĂ§Ă£o Ă© de fiscais do Ibama, ouvidos sob anonimato pelo site UOL.

Eles avaliam como atabalhoada, inexperiente e atĂ© mal-intencionada a operaĂ§Ă£o dos militares que começou em  maio, quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), autorizou o envio de tropas para combater focos de incĂªndio e desmatamento ilegal no Amazonas, ParĂ¡, RondĂ´nia, Tocantins, Roraima, Acre, AmapĂ¡, Mato Grosso e MaranhĂ£o.

 

Desmatamento recorde

Apesar do reforço militar, com a operaĂ§Ă£o GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que custa R$ 60 milhões por mĂªs, o que se viu em maio deste ano assustou os ambientalistas.

De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), nunca se desmatou tanto: foram 829,9 km² devastados no mĂªs em que a GLO passou a atuar —um recorde.

 

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AlĂ©m disso, os militares passaram a descartar as operações planejadas pelo Ibama —hĂ¡ 30 anos na regiĂ£o— e a retirar o Ă³rgĂ£o das decisões de inteligĂªncia.

Desde maio, o instituto estĂ¡ proibido de indicar os alvos e formular as estratĂ©gias de campo.

Os fiscais contam ainda como os militares, sem estratégia, afugentam os criminosos utilizando seus equipamentos pesados.

“Quando Ă© preciso usar helicĂ³ptero, o Ibama faz um sobrevoo baixo e desce para desmantelar a quadrilha. Os militares sobrevoam alto e nĂ£o descem. Eles sĂ³ chamam a atenĂ§Ă£o dos madeireiros, que retiram seus maquinĂ¡rios e somem”, diz.

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