Confiança do comércio recua, mas se mantém em alta

Publicado em: 25/05/2017 às 17:42 | Atualizado em: 25/05/2017 às 17:47

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getúlio Vargas recuou 0,5 ponto em maio, ao passar de 89,1 para 88,6 pontos. O resultado ocorre após cinco altas consecutivas em que o ICOM acumulou alta de 11,1 pontos.

“Mesmo após ter avançado expressivamente nos meses anteriores, a acomodação da confiança do Comércio em maio ocorre em um patamar ainda baixo em termos históricos. Nota-se recentemente uma melhora de humor nos segmentos relacionados às vendas a prazo, um possível reflexo da tendência de queda dos juros e liberação de recursos do FGTS. A coleta de dados para a pesquisa de maio já estava quase terminando quando foi deflagrada uma crise política, no dia 17, com potencial para aumentar o grau de incerteza econômica e afetar o ritmo (já lento) de recuperação do setor”, afirma Aloisio Campelo Jr. (foto), superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE.

A queda do ICOM em maio ocorreu em 6 dos 13 segmentos pesquisados e foi determinada pela piora no Índice de Expectativas (IE-COM), que caiu 1,0 ponto no mês, para 94,8 pontos, enquanto isso o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ficou estável em 82,9 pontos.

A maior contribuição para a queda do IE-COM no mês foi dada pelo quesito que mede o otimismo com a situação dos negócios nos seis meses à frente, que recuou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 94,3 pontos.

 

Indicador de Desconforto

Apesar da estabilidade do ISA-COM em maio, o índice avançou pelo quarto mês consecutivo quando considerada a métrica de médias móveis trimestrais. Paralelamente, outro indicador sinaliza melhora do ambiente de negócios no ano. É um indicador de “desconforto”, construído com dados da Sondagem do Comércio ao se agregar as proporções de empresas que apontam três fatores limitativos à melhoria dos negócios diretamente relacionados ao mau humor empresarial: demanda insuficiente, custo financeiro e acesso a crédito bancário.

A relação entre os dois indicadores é historicamente forte, com uma correlação (negativa) de -0,99. Apesar desta relação histórica, o Indicador de Desconforto havia se estabilizado nos dois meses anteriores, sugerindo a possibilidade de que o ISA-COM estivesse avançando além do desempenho efetivo do setor. O retorno deste indicador à tendência de queda mostra que, ao menos até a nova crise política que abateu o país a partir de 17 de maio, o ambiente de negócios no comércio começava a dar sinais de melhora em 2017.

A edição de maio de 2017 coletou informações de 1.118 empresas entre os dias 2 e 23 deste mês.

A próxima divulgação da Sondagem do Comércio ocorrerá em 27 de junho de 2017.

 

Fonte: FGV/Ibre

 

Foto: Reprodução/Estadão