Manaus será a primeira cidade a vencer a pandemia, afirmam especialistas

Manaus será a primeira cidade brasileira a vencer a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

A afirmação é de especialistas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e está amparada por dados publicados na edição especial de maio do Boletim Atlas ODS Amazonas.

De acordo com o estudo, que tem como título “De Epicentro à Redenção”, Manaus não terá uma nova onda ou explosão de casos, apesar de reabertura dos serviços não essenciais, no dia 1º de junho.

“A aceleração observada nos últimos dias não indica uma trajetória ascendente que venha a resultar em novo pico da pandemia em Manaus. Vale ressaltar que, apesar da retomada de muitas dessas atividades, a população de Manaus ainda apresenta níveis de exposição inferiores a períodos anteriores à pandemia, o que, certamente, segue contribuindo para a diminuição da velocidade de casos e de óbitos”, afirma o boletim.

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Além disso, outra hipótese que poderia explicar a redução na velocidade de óbitos estaria associada à melhora das respostas do sistema de saúde.

“Essas melhorias decorreriam de vários fatores como, por exemplo, a ampliação na oferta de leitos de UTI e também o aperfeiçoamento das condutas médicas no tratamento dos casos graves. No entanto, isso seria de fato algo significativo se não tivesse ocorrido, ao mesmo tempo, uma redução no número de internações, como de fato observado”, aponta.

17 de junho

Outro destaque do estudo conduzido por Henrique dos Santos Pereira, Danilo Egle Santos Barbosa e Bruno Cordeiro Lorenzi diz respeito às projeções de casos e óbitos.

Elas apontam que o número de casos continuará aumentando mesmo quando a curva de óbitos já estiver praticamente estagnada, o que poderá ocorrer por volta de 17 de junho.

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“Essa defasagem entre óbitos e novos casos pode estar relacionada a vários fatores e que estão associados às respostas da população hospedeira à interação com o novo parasita em termos de prevenção, resistência e tolerância”, explicam.

Os especialistas também preveem que a última fase da pandemia está próxima de acontecer em Manaus.

“Em suma, talvez exatamente por ter sofrido as maiores taxas de letalidade e mortalidade do país, observa-se que em Manaus, a redução da velocidade de óbitos ocorreu antes e mais rapidamente que a de casos. Na última fase da pandemia que parece estar por acontecer em Manaus, deverá ocorrer uma redução lenta da morbidade após essa a redução drástica da mortalidade, isso porque a transmissão da doença deverá finalmente perder velocidade até que novas estirpes do vírus surjam ou haja o aumento de suscetíveis caso a imunidade seja temporária”, concluem.

Confira o boletim completo do Atlas ODS Amazonas.