Ramos defende frente ampla no Congresso Nacional contra Bolsonaro

O deputado Marcelo Ramos disse que não há mais como adiar a formação de uma frente parlamentar ampla

Deputado reúne com Mourão para discutir Amazônia, ZFM e coronavírus

Iram Alfaia, de Brasília

Publicado em: 01/06/2020 às 18:47 | Atualizado em: 01/06/2020 às 18:47

Candidato à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara, o deputado Marcelo Ramos (PL) trabalha para a formação de uma frente suprapartidária no Congresso Nacional.

Os objetivos principais são a defesa da democracia e enfrentamento da ofensiva autoritária do presidente da República, Jair Bolsonaro.

O movimento está sendo articulado por diversas lideranças do Congresso com partidos da oposição, centro e de direita. Ramos disse que não há mais como adiar a formação de uma frente parlamentar ampla.

Com isso, o deputado amazonense se distancia da principal liderança no seu partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Este quer os liberais marchando com as demais siglas do “centrão” em apoio a Bolsonaro.

“O Congresso precisa se afastar de qualquer flerte com o autoritarismo e isso deve ser uma mensagem forte para o ‘centrão’, que não deve fortalecer um projeto que tem como fim fechar ou pelo menos limitar o Congresso e o STF”, disse o deputado ao site Congresso em Foco.

Ao analisar as manifestações do final de semana, Ramos afirmou que o campo democrático precisa ter sabedoria e não aceitar provocações.

“A grande maioria do povo brasileiro está ao lado da democracia, da paz e da união em torno do combate ao coronavírus e da preservação da vida dos brasileiros”, escreveu no Twitter.

Para ele, a questão é matemática: “O que acontece no Brasil hoje mostra que 70% da população já não aceitam 30% tentando se impor como maioria. É uma questão aritmética.”

O deputado diz que a atual crise política tem um diferencial em relação as vividas pelos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff, ambos “impeachmados”.

Segundo ele, os dois caíram após perder apoio no Congresso e na sociedade, mas respeitaram as regras do jogo democrático e se submeteram à ordem constitucional do Judiciário e do Legislativo.

“Mas agora é diferente. Temos um governo que confunde a legitimidade do voto da maioria nas eleições com poderes totalitários sobre outros Poderes e até sobre a própria Constituição”, disse.

 

Apoio da sociedade

Dois manifestos da sociedade circularam neste final de semana com grande repercussão em defesa da democracia e contra o fascismo.

Num deles, o manifesto “Basta” reuniu 600 advogados que reagiram com aos “ataques de Bolsonaro às instituições e contra a democracia.”

 

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Foto: BNC Amazonas