Arthur diz que “barbárie se aproxima” e pede ajuda a países ricos
Prefeito lançou campanha SOS Manaus e oficializou pedido de ajuda a 21 embaixadas para combater o coronavírus

Publicado em: 05/05/2020 às 20:03 | Atualizado em: 05/05/2020 às 20:08
O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) oficializou nesta terça-feira, dia 5, o pedido de ajuda aos países mais ricos para combater o novo coronavírus (covid-19) na capital.
“Estamos fazendo o nosso melhor, mas ainda é pouco em frente à barbárie que se aproxima. Manaus precisa urgente de ajuda”, diz o prefeito, no vídeo gravado em três idiomas e enviado a 21 embaixadas.
Arthur lançou também a campanha SOS Manaus em que apela para que o mundo ajude os guardiões da floresta tropical.
A divulgação da campanha se dá um dia após a visita do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, à capital amazonense, para conhecer melhor as ações desenvolvidas pela Prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas.
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“Já não há leitos de UTIs suficientes para atender a população. E a burocracia do governo federal para liberação de recursos, contrasta com a rapidez da propagação da doença. Há promessas e compromissos, que teriam que já estar sendo cumpridos”, lamenta o prefeito de Manaus.
Drama
Entre as quatro cidades brasileiras mais afetadas pelo novo coronavírus, Manaus vive o drama da falta de leitos de UTIs suficientes para atender a demanda de pacientes infectados que, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), chegou a 8.109 casos confirmados nesta terça-feira, com 649 óbitos registrados pela doença.
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Entretanto, o número de sepultamentos saiu de uma média de 30 enterros diários, durante os três primeiros meses deste ano, para mais de 100 nas últimas semanas de abril, mês em que foram registradas 2.435 mortes. Em janeiro, o total de sepultamentos nos cemitérios públicos da capital amazonense foi de 905, em fevereiro foram 792 e mais 888 em março. A média de mortes em domicílio é de 33%.
SOS Manaus
Além do pedido de ajuda em vídeo, o prefeito Arthur Virgílio Neto também oficializou uma carta com o mesmo conteúdo da gravação junto às embaixadas dos seguintes países: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Países Baixos, Portugal, Nova Zelândia, Suécia, Suíça, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Israel, Taiwan, Noruega.
Na carta, também traduzida em inglês e francês, o prefeito de Manaus defende que durante décadas o Amazonas cumpriu um papel importante para a saúde do planeta, preservando 96% da Floresta Amazônica localizada no seu território.
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“O mundo nos observa como uma grande reserva biogenética, detentora de inumeráveis espécies da flora, da fauna e da microbiologia, sem contar com a maior reserva de água doce do planeta. Está na hora de recebermos algo em troca. E o que queremos são medicamentos, médicos, tomógrafos, aparelhos respiradores. Precisamos de EPIs para os profissionais que atuam nessa batalha e de novas UTIs, para atender a brutal e crescente demanda de pacientes contaminados e que não têm mais para onde pedir auxílio”, diz.
Enfrentamento
No documento, há ainda um resumo das principais medidas de prevenção adotadas pela Prefeitura de Manaus desde o início da pandemia no Brasil, que vêm sendo constantemente intensificadas e ampliadas.
Dentre elas, destacam-se o fechamento do comércio não essencial, a suspensão de eventos e atividades esportivas, a adoção do sistema de home office no serviço municipal, ressalvando as atividades essenciais, atendimento às pessoas em situação de rua, suspensão das aulas e distribuição de alimentos aos alunos da rede municipal, higienização de espaços públicos e a criação de auxílio emergencial a trabalhadores autônomos, microempreendedores e catadores de lixo reciclável.
Além disso, especificamente na área da Saúde, o horário de atendimento nas unidades básicas da prefeitura foi ampliado, houve a contratação de mais de 500 novos profissionais de saúde, compra de equipamentos médicos e de proteção individual – EPIs, veiculação de campanhas de prevenção e conscientização quanto à gravidade do momento e dos riscos da covid-19.