ONG registra 49 jornalistas assassinados no mundo em 2019

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Publicado em: 17/12/2019 às 16:55 | Atualizado em: 17/12/2019 às 16:55

A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras registrou, neste ano, 49 jornalistas assassinados em todo o mundo. Balanço anual de violências graves cometidas contra esses profissionais aponta ainda que 389 estão presos e 57 são reféns.  As informações são da Agência Brasil.

De acordo com o relatório do Repórteres sem Fronteiras (RSF), o jornalismo permanece uma atividade perigosa, apesar de o número de mortes registrado ser o menor dos últimos 16 anos. Com relação ao ano anterior, houve uma redução de 44% no número de mortes.

“Esse número historicamente baixo, quando comparado à média de 80 mortes registradas nas duas últimas décadas, reflete essencialmente o declínio no número de jornalistas mortos em conflitos armados. A cobertura dos conflitos na Síria, no Iêmen e no Afeganistão mostrou-se, assim, duas vezes menos letal para os jornalistas: 17 foram mortos nos três países em 2019, em comparação com 34 no ano anterior”, diz nota por meio da Agência Brasil.

Embora o número de jornalistas mortos em conflitos armados tenha caído muito, o número de jornalistas mortos em países “em paz” segue alto.

Segundo o relatório, a América Latina se tornou um local tão “letal” quanto o Oriente Médio, com 14 mortes. Foram 10 óbitos apenas no México.

“Agora há, proporcionalmente, mais mortes em países em paz (59%) do que em regiões em conflito e um aumento de 2% no número de jornalistas assassinados ou deliberadamente executados”, afirma a entidade.

 

Fronteiras sem paz

O secretário geral da RSF, Christophe Deloire (foto), disse que a fronteira entre os países em guerra e em paz está desaparecendo. Outro fato preocupante é que o número de jornalistas presos arbitrariamente no mundo continua a crescer.

“No final de 2019, 389 jornalistas estão presos por desempenharem suas funções, ou seja, 12% a mais do que no ano passado. Quase metade dos jornalistas presos estão detidos em apenas três países: China, Egito e Arábia Saudita.”

O relatório é realizado desde 1995 e os dados são coletados entre 1º de janeiro e 1º de dezembro do ano da publicação.

Para fazer parte do relatório, a detenção, o sequestro, o desaparecimento ou a morte do jornalista precisa ser uma consequência direta do exercício de sua atividade.

No Brasil, estão registradas, neste ano, as mortes, no exercício da profissão, dos jornalistas Robson Giorno, dono do jornal O Maricá, do Rio de Janeiro, em 28 de maio; e de Romario Barros, fundador do site Lei Seca Maricá, também no Rio, em 18 de junho.

 

Foto: Reprodução/Teller Report