Nova bomba de Cabral: “Paguei US$ 2 milhões por votos da Olimpíada”

Publicado em: 04/07/2019 às 18:28 | Atualizado em: 04/07/2019 às 18:28
O ex-governador Sérgio Cabral admitiu, pela primeira vez, ter comprado por US$ 2 milhões, votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. E declarou também que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito Eduardo Paes não participaram do esquema, mas sabiam dos pagamentos de propina.
“Eu chamei o [empresário] Arthur Soares e falei pra ele da necessidade de conseguir o dinheiro para os votos. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei. Eu dei o telefone do Léo [Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio 2016], e eles acertaram com esse Papa Diack, filho de Lamine Diack”, contou o ex-governador, conforme acompanhou o portal de notícias da Globo, o G1.
O depoimento foi prestado, nesta quinta-feira (4), ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro (na foto, a partir da esquerda: Eduardo Paes, Sérgio Cabral, Arthur Nuzman, Lula e o então ministro do Esporte, Orlando Silva).
De pronto, a assessoria de Lula afirmou por meio de nota: “É inverídica e sem provas a referência feita ao ex-presidente Lula pelo ex-governador Sergio Cabral”, segundo o G1.
Eduardo Paes reagiu e disse: “No depoimento dado hoje, o Sr. Sérgio Cabral disse, com todas as letras, que Eduardo Paes não participou de qualquer esquema de compra de votos. Eduardo Paes reafirma, ainda, que nunca soube da existência do referido esquema”.
O interrogatório desta quinta, de acordo com publicação do G1, foi um pedido da defesa de Cabral, que pretende colaborar com as investigações da Operação Unfair Play.
Ele afirmou que o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, indicou o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, como intermediário da negociata.
Foto: Reprodução/Extra/Carlos Magno/arquivo/2016