Omar e PlĂ­nio votam pelo Coaf com Moro; Braga atua contra

Publicado em: 29/05/2019 Ă s 06:17 | Atualizado em: 29/05/2019 Ă s 06:17

Por Neuton CorrĂªa, da RedaĂ§Ă£o

 

A bancada do Amazonas no Senado votou divida na Medida ProvisĂ³ria 870, cuja principal polĂªmica era a manutenĂ§Ă£o do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o ministro SĂ©rgio Moro (Justiça) ou sua transferĂªncia para as mĂ£os do ministro Paulo Guedes (Economia).

A mudança de pasta jĂ¡ havia sido aprovada na semana passada pela CĂ¢mara dos Deputados.

Investigado por corrupĂ§Ă£o, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa na Lava Jato, o senador Eduardo Braga, lĂ­der do maior partido da Casa, o MDB, teve forte atuaĂ§Ă£o para que os 13 parlamentares da sigla votassem para que o Coaf saĂ­sse de Moro.

O senador encaminhou voto para que o conselho passasse para a ser dirigido por Paulo Guedes e mais cedo argumentava que seguiria pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a matéria.

“Ora, do que trata essa matĂ©ria que nĂ³s estamos agora iniciando o processo de discussĂ£o? Trata-se da reforma administrativa do Governo do Presidente Jair Bolsonaro. Ora, a reforma administrativa de um governo Ă© do interesse do prĂ³prio governo”, disse Braga, acrescentando:

“Quem seria eu, senador da RepĂºblica, LĂ­der do MDB, para me colocar contra a reforma administrativa que Ă© proposta pelo Presidente da RepĂºblica e em que vossa excelĂªncia acaba de ler uma carta, assinada pelo prĂ³prio presidente da RepĂºblica, pedindo para se manter o texto da reforma do Governo comandado pelo Presidente da RepĂºblica?”.

A carta, porĂ©m, foi considerada pelo senador Omar Aziz (PSD) uma manobra do governo para mudar o processo de votaĂ§Ă£o da matĂ©ria no Senado e evitasse que os votos contrĂ¡rios Ă  permanĂªncia do Coaf com Moro chegassem ao conhecimento da sociedade.

“O Governo nĂ£o precisava disso, atĂ© porque o Governo teria voto suficiente: pelo apoio dado de alguns partidos, a proposta encaminhada aqui pelo Presidente da RepĂºblica e os ministros teria nĂºmero suficiente para derrubar. Mas o que que eles estĂ£o tentando evitar? É que o nome dos Senadores e Senadoras vĂ¡ para o PlenĂ¡rio, para saber quem Ă© quem”.

Para o parlamentar, a aĂ§Ă£o do Planalto foi falta de respeito com a opiniĂ£o dos que divergem.

“Total falta de respeito por parte daqueles que divergem. E esse Ă© o tipo de comportamento que nĂ£o Ă© bom para a democracia e nĂ£o Ă© bom para a Casa do Senado. Por isso, senhor presidente, volto a afirmar, ao texto geral eu voto favorĂ¡vel, Ă© “sim”, mas nos destaques que tem, do Senador, eu vou votar”.

Omar cutucou:

“Olhe sĂ³, a confusĂ£o Ă© a seguinte: nĂ³s somos favorĂ¡veis Ă  reforma administrativa. Agora, tem gente aqui que tem medo de ficar com o Moro, Ă© sĂ³ isso”.

JĂ¡ o senador PlĂ­nio ValĂ©rio (PSDB), que tambĂ©m voto contra a ida do Coaf para a pasta de Paulo Guedes, criticou a intromissĂ£o do governo por meio da carta enviada ao Senado.

“NĂ£o vim para atender cartinha seja lĂ¡ de quem for. Cartinhas nĂ£o mudam o meu voto! Telefonemas nĂ£o mudam o meu voto, porque ele Ă© dado por convicĂ§Ă£o. Assim hĂ¡ de ser, e assim Ă© que serĂ¡. Entre o lobo e as ovelhas, eu fico com as ovelhas. NĂ£o me peçam para ser justo com o Presidente, nĂ£o peçam para ser justo com o Ministro, porque eu estou sendo injusto com aquele pessoal que foi domingo, que foi, sĂ¡bado, Ă s ruas para dizer o que quer. E nĂ³s temos quer ir ao encontro deles. O povo estĂ¡ querendo, como seus representantes, que nĂ³s o ouçamos. E votar com o povo Ă© querer o Coaf com o Ministro Moro”.

O voto dos senadores nĂ£o foi exposto no painel de votações do Senado, mas, ao fim da sessĂ£o, o presidente da Casa, David Alcolumbre (DEM), leu a relaĂ§Ă£o dos 29 parlamentares que divergiram da saĂ­da do Coaf do controle de SĂ©rgio Moro.

Na ocasiĂ£o, apareceram os votos de Omar Aziz e de PlĂ­nio ValĂ©rio.

 

Foto: Edilson Rodrigues/AgĂªncia Senado