Bolsonaro torna pública ameaça de exonerar general da Funai

Publicado em: 18/04/2019 às 05:05 | Atualizado em: 18/04/2019 às 05:05
Por Neuton Corrêa, da Redação
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), tornou pública ontem, em live nas redes sociais, ameaça de exonerar toda a diretoria da Fundação Nacional do Índio (Funai), hoje comandada pelo general amazonense Franklimberg Ribeiro de Freitas.
“Assim como o povo brasileiro tem que dizer o que eu vou fazer como presidente, o índio tem que dizer o que a Funai vai fazer”, disse.
“Se não for assim, eu corto toda a diretoria da Funai.”
Foi em live que fez ontem à noite com lideranças indígenas do país no Palácio do Planalto, em crítica à atuação das organizações não-governamentais (ONGs) nos territórios indígenas.
Há uma semana, em reunião apressada com a bancada federal do Amazonas, Bolsonaro já havia manifestado descontentamento com o trabalho de Franklimberg, que é de origem indígena, e cogitou que poderia demiti-lo, conforme revelou esta semana o jornalista Ronaldo Tiradentes, em seu programa de rádio (89,7 FM).
Na transmissão que Bolsonaro fez nessa quarta-feira, o general Franklimberg participa do momento, mas apenas como peça figurativa, apesar da presença de várias lideranças indígenas, levadas ao presidente por Luiz Antonio Nabhan Garcia, ruralista e Secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura.
Mineração
O presidente a defendeu na ocasião a exploração mineral em terras indígenas, principalmente na área da reserva ianomami, onde, segundo ele, há “bilhões ou trilhões de dólares” debaixo da terra.
“A [reserva] ianomami é riquíssima. Por isso que tem ONG dizendo que tá defendendo índio lá. Se fosse uma terra pobre, não teria ninguém lá. Como é rica, tá lá esses picaretas internacionais, picaretas dentro do próprio Brasil, picaretas dentro do governo dizendo que protegem vocês”, disse, apontando para os indígenas.
No vídeo, os índios defendem ainda o direito de cultivar as terras e produzirem atividades para geração de riquezas.
Foto: Reprodução/Facebook