Governo reúne professores e explica impedimento para reajuste de 15%

Publicado em: 17/04/2019 às 15:54 | Atualizado em: 17/04/2019 às 16:02
Uma comissão de dirigentes do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) foi recebida nesta quarta-feira, dia 17, pelo secretário estadual de Fazenda (Sefaz), Alex Del Giglio, na sede do Governo.
Na ocasião, Del Giglio esclareceu as dificuldades financeiras e legais, enfrentadas pelo Estado, que o impedem de conceder ganhos reais aos servidores em 2019.
“O pleito é mais que justo, todo servidor quer ganho real no salário, quer progredir, mas na situação fiscal e financeira em que o Estado se encontra, não podemos. Estamos impedidos inclusive legalmente’’, disse Alex Del Giglio, ao explicar que, de acordo com Responsabilidade Fiscal (LRF), o Estado é proibido de gerar qualquer gasto com pessoal quando esse tipo de despesa passa de 46,55% da Receita Corrente Líquida (RCL).
LRF
Quando o Governo atual assumiu a administração, em janeiro, o gasto com pessoal já ultrapassava o limite prudencial imposto pela LRF, de 46,55%. Atualmente, esse gasto representa perto de 50% da RCL, em razão do aumento no custo da folha de pagamentos principalmente com o cumprimento de reajustes salariais escalonados e dívidas herdadas com cooperativas de recursos humanos da área da saúde, que geram impacto nesse tipo de despesa.
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“Por isso o Estado tem concedido a data-base, que é a reposição da perda inflacionária, e isso a Lei de Responsabilidade Fiscal permite. No ano passado, os próprios professores não receberam ganho real, acima da inflação, assim como os policiais militares, porque o Estado já enfrentava o impedimento legal; esse é um problema que não é de hoje’’, afirmou Alex Del Giglio.
Em janeiro de 2018, por exemplo, a despesa com pessoal estava na ordem de R$ 409 milhões e, já em novembro do mesmo ano, chegou a R$ 532 milhões, sem que o Estado registrasse evolução de receita capaz de acompanhar o aumento.
Fundeb
Sobre o uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para assegurar reajuste à categoria, defendido pelo coordenador financeiro da Asprom, Lambert Melo, o secretário estadual de Fazenda explicou que o Governo Federal já sinalizou que há tendência de queda nos repasses da União.
“Não podemos contar com uma receita que pode se manter no valor de 2018 ou mesmo diminuir. Aliás, em reunião de secretários de Fazenda esta semana, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, nos alertou que a tendência é de queda dos repasses federais, como o Fundeb”, afirmou Alex Del Giglio. Outras demandas da categoria, como aumento no valor do auxílio-alimentação e do auxílio-localidade, são objetos de análise do impacto financeiro.
Além do Asprom, o Governo do Estado também tem mantido diálogo aberto com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), com quem discute um acordo que melhor atenda os servidores dentro das possibilidades da administração estadual. Uma nova reunião com o secretário de Fazenda está marcada para segunda-feira, 22 de abril.
Os professores mantém a greve iniciada na última segunda-feira, dia 22, em que pedem reajuste salarial de 15%.
Foto: Diego Peres/Secom