Cem dias de Bolsonaro foram de trevas para municípios do AM

Publicado em: 10/04/2019 às 05:00 | Atualizado em: 09/04/2019 às 21:49

Iram Alfaia, correspondente BNC Amazonas em Brasília

 

O governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), só alimentou expectativas nos prefeitos do interior do Amazonas. Os 100 dias da gestão, completados nesta quarta, dia 10, em alguns casos causaram problemas, como a falta de médicos nos municípios após a retirada de cubanos do programa Mais Médicos.

O presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM) e prefeito de Maués, Júnior Leite (Pros), em Brasília para a Marcha dos Prefeitos, destacou situações críticas nas cidades do estado, como as sofridas pelos distritos sanitários especiais indígenas, os Dsei.

Segundo ele, o caso mais grave foi registrado no Dsei de Parintins, onde nenhum médico ficou no local. O distrito atente a 17 mil pessoas de três terras indígenas (andirá-marau, nhamundá-mapuera e kaxuyana/tunayna).

Com a dispensa dos profissionais cubanos, em novembro de 2018, mais 400 mil pessoas ficaram sem atendimento no Amazonas, segundo Leite.

Outro problema grave, na opinião de Júnior Leite, é a frequente instabilidade vivida pelo modelo Zona Franca de Manaus (ZFM). “Houve uma ameaça frontal e depois arrefeceu. O modelo é muito importante para o desenvolvimento dos municípios”.

Na questão da PEC 6/2019, a proposta de emenda à Constituição para reforma da previdência, os prefeitos já deixaram claro para o presidente que não vão aceitar mudanças no BPC (benefício de prestação continuada), pagos aos idosos e deficientes pobres, e na aposentadoria rural, duas modalidades que afetam diretamente a economia dos municípios.

 

Promessas

Questionado sobre sua avaliação da participação de Bolsonaro no encontro nesta terça, dia 9, o presidente da AAM disse que houve um compromisso de ampliar o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Bolsonaro prometeu atender ao pedido dos prefeitos de majorar em 1% o FPM por meio de uma PEC que se encontra no Congresso.

“Queremos dividir o pouco que temos com vocês. Conversei com o Paulo Guedes [ministro da Economia], [que] deu sinal verde. Vamos apoiar na conjugação do Fundo de Participação dos Municípios com a emenda constitucional. Aqui não existe presidente da República, governador ou prefeito. Somos todos iguais na busca de um mesmo objetivo, que é o bem-estar da população brasileira”, afirmou Bolsonaro.

 

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República