Começa o “inferno” investigativo de Temer e de dois ex-ministros

Publicado em: 10/01/2019 Ă s 20:08 | Atualizado em: 10/01/2019 Ă s 20:08
 A procuradora-geral da RepĂºblica, Raquel Dodge, defendeu, nesta quinta-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Michel Temer e os ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha (foto) sejam investigados de forma conjunta no inquĂ©rito sobre o suposto recebimento de propina da empreiteira Odebrecht. As informações sĂ£o da AgĂªncia Brasil.
Em outubro do ano passado, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, determinou a suspensĂ£o do inquĂ©rito aberto contra Temer atĂ© o fim do mandato, que se encerrou no dia 1º de janeiro.
Fachin, no entanto, determinou que a parte da investigaĂ§Ă£o que envolve os ex-ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco, fosse encaminhada Ă Justiça Eleitoral de SĂ£o Paulo.
Na manifestaĂ§Ă£o enviada hoje ao STF, Raquel Dodge afirmou que, com o fim do mandato de Temer, as acusações imputadas contra os trĂªs acusados sĂ£o conexas e devem ser julgadas conjuntamente em uma Ăºnica instĂ¢ncia.
O Supremo ainda vai julgar definitivamente em qual tribunal o caso vai tramitar.
Negociata no Jaburu
Conforme delaĂ§Ă£o premiada de seis ex-executivos da Odebrecht, um pagamento de R$ 10 milhões para caixa dois da campanha de Paulo Skaf (MDB) ao governo de SĂ£o Paulo em 2014 teria sido acertado em um jantar no PalĂ¡cio do Jaburu quando Temer era vice-presidente, em maio daquele ano.
Teriam participado do encontro o ex-presidente executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, e Padilha, que Ă Ă©poca era ministro da AviaĂ§Ă£o Civil.
Segundo a PolĂcia Federal, R$ 1,4 milhĂ£o teriam sido recebidos por Temer por meio de intermediĂ¡rios.
Em outubro do ano passado, o advogado Daniel Gerber, que representa Padilha, disse que jamais houve qualquer ato de corrupĂ§Ă£o imputado ao ex-ministro.
Na Ă©poca da divulgaĂ§Ă£o do relatĂ³rio da PF, o PalĂ¡cio do Planalto informou, por meio de nota, que as conclusões do delegado responsĂ¡vel eram “um atentado Ă lĂ³gica e Ă cronologia dos fatos”.
Foto: Valter Campanato/ABr