Ex-comunista chega ao Congresso pela Direita

Publicado em: 08/10/2018 Ă s 17:08 | Atualizado em: 08/10/2018 Ă s 17:08
Por Neuton CorrĂªa, da redaĂ§Ă£o
Ex-integrante do PCdoB, sigla pela qual iniciou sua vida polĂtica no movimento estudantil e pela qual chegou ao primeiro mandato pĂºblico, de vereador, em 2007, o advogado e ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR) se elegeu neste domingo, dia 7, deputado federal.
Ele foi o sexto mais votado do pleito para a CĂ¢mara dos Deputados, com 6,06% dos votos, o que equivale a 106.805 votos.
PolĂtico de discurso fluente, ele vai para ao Congresso Nacional pela direita, que combateu atĂ© as eleições de 2014, quando disputou o governo do Estado pelo PSB, incorporando o discurso da nova polĂtica, defendido pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Naquele ano, Marina foi abrigada no PSB porque seu partido, a Rede Sustentabilidade, ainda nĂ£o estava habilitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Foi nesse contexto, tambĂ©m, que Marina substituiu o candidato socialista Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, em decorrĂªncia da tragĂ©dia Ă¡rea que o vitimou.
Esse foi, pelo PSB, o Ăºltimo contato de Marcelo com a esquerda.
Leia maisÂ
“TĂªm o mesmo DNA”, diz Marcelo sobre Omar, Amazonino e David
Depois disso, mudou sua orientaĂ§Ă£o polĂtica em 180 graus. Filou-se ao PR, de Alfredo Nascimento, que trĂªs anos depois viria a votar pela queda do governo petista de Dilma Rousseff, do qual havia sido ministro.
Dois anos depois, em 2016, pelo PR, Marcelo disputou a Prefeitura de Manaus, sendo derrotado em dois turnos pelo prefeito Arthur Neto (PSDB).
E se distanciou ainda mais das suas velhas convicções comunistas em 2017, quando aceitou a ser vice de Eduardo Braga (MDB), na eleiĂ§Ă£o suplementar para governador.
Desgastado pela derrota e por ter se aliançado a Amazonino, velho alvo de sua oratĂ³ria no ano anterior, Marcelo optou pelo recolhimento, evitou o sincericĂdio que costumava adotar e mergulhou numa campanha em segundo plano.
Marcelo atĂ© aparecia em grandes eventos, mas sempre se posicionava Ă retaguarda dos lĂderes ou a distĂ¢ncia deles, fora do foco.
O futuro deputado federal do Amazonas tambĂ©m Ă© nome que pode aparecer nas eleições de 2020, na sucessĂ£o de Arthur.