Ministro quer que linhão atravesse na marra terras indígenas no AM

terras

Publicado em: 21/05/2018 às 06:54 | Atualizado em: 22/01/2019 às 08:05

Decidido a atravessar na marra o linhão de Tucuruí sobre a terra indígena Waimiri-Atroari, o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco (MDB), faz movimento de obter consentimento do Ministério da Defesa.

Parte desse território de 125 quilômetros de extensão que o ministro pretende invadir pertence ao Amazonas, no Município de Presidente Figueiredo.

Os índios não são contra a obra, mas sugerem que o governo mude o seu traçado para evitar destruição do meio ambiente e impactos sobre a etnia, diz matéria do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira, dia 21.

Os Waimiri-Atroari vivem ainda sob o trauma a que foram submetidos durante a construção da BR-174, na a ditadura militar, quando foram massacrados por se posicionarem contra a estrada.

A violência foi tamanha que todos os adultos e velhos da tribo morreram, restando apenas mulheres idosas e os jovens que que assumiram precocemente a liderança da etnia.

A Comissão da Verdade concluiu que centenas e centenas de Waimiri-Atroari foram assassinados durante a construção da BR.

Em mais de 40 anos se recompondo do massacre, eles ainda não somam menos de 2 mil indivíduos, segundo indigenistas que acompanham a saga desse povo.

De acordo com a Folha, a pressão feita por Moreira Franco sobre o Ministério da Defesa seria para atender ao colega de partido Romero Jucá, senador de Roraima, onde grande parte da população local tem repulsa pela causa indígena.

Os moradores se queixam de terem perdidos suas terras produtivas durante a devolução de Raposa Terra do Sol para os índios de Roraima e acham demais o controle feito pelos Waimiri-Atroari sobre a BR-174.

É que os índios controlam a passagem de veículos pela rodovia federal atravessando uma corrente pela estrada que restringe a passagem das viagens durante a noite.

Leia a matéria completa da Folha de S.Paulo.

 

Foto: Guilherme Britto/PR