Banco do Brasil denuncia Eduardo Bolsonaro e Gayer por fake news
Banco estatal acusa deputados de incitar pânico e tentativa de corrida bancária com mentiras

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 24/08/2025 às 19:08 | Atualizado em: 24/08/2025 às 19:08
O Banco do Brasil (BB) denunciou à Advocacia-Geral da União (AGU) uma campanha de desinformação liderada pelos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO), acusando-os de disseminar fake news com potencial de provocar corrida bancária e desestabilizar o sistema financeiro nacional.
Segundo o ofício enviado à AGU, vídeos e postagens nas redes sociais distorcem fatos e espalham informações falsas sobre supostas sanções internacionais que levariam o banco à falência.
A ação, de acordo com o banco estatal, ameaça a soberania nacional e viola dispositivos de segurança do sistema financeiro.
“São declarações falsas e perigosas, com o claro objetivo de gerar pânico e prejudicar a economia do país”, afirma trecho do documento do BB.
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Vídeo distorce
O episódio ganhou força após Eduardo Bolsonaro publicar, em 20 de agosto, um vídeo afirmando que o Banco do Brasil “será cortado das relações internacionais” e “vai à falência”.
A fala se baseou em uma interpretação distorcida da Lei Magnitsky, a norma dos Estados Unidos usada para impor sanções a autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos.
O BB explica que a lei foi aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, o que motivou a troca de seu cartão Mastercard por um Elo, mas que não há qualquer sanção contra a instituição.
A versão bolsonarista, contudo, foi amplificada para criar a falsa narrativa de que o banco estaria prestes a ser banido de operações globais.
Outros envolvidos
Além de Eduardo Bolsonaro e Gustavo Gayer, o ofício também cita o advogado Jeffrey Chiquini, ligado a Filipe Martins, como disseminador de conteúdo semelhante.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificaram as publicações como ataque irresponsável e atribuem a campanha a um movimento organizado por aliados de Bolsonaro.
Parte da conspiração
O Banco do Brasil pede que a AGU adote medidas para responsabilizar os autores, alegando possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito e contra a economia popular.
Afirma ainda que as fake news já geraram preocupação entre correntistas, que procuraram agências e canais de atendimento temendo a perda de seus recursos.
A AGU estuda a adoção de medidas judiciais e administrativas para conter o avanço da desinformação e prevenir novos ataques a instituições financeiras públicas.
Fake news x Fato
Fake news
“O Banco do Brasil será cortado das relações internacionais e vai à falência”.
Fato
Não existe qualquer sanção contra o BB. A única restrição foi ao cartão Mastercard de Alexandre de Moraes, substituído por um Elo.
Fake news
“Sanções internacionais atingiram o Banco do Brasil”.
Fato
A sanção aplicada foi pessoal, contra Moraes, no âmbito da Lei Magnitsky. A instituição segue operando normalmente em todas as funções.
Fake news
“Clientes devem sacar dinheiro para evitar bloqueios ou perda de recursos”.
Fato
O BB garante plena segurança das contas e afirma que as postagens têm o objetivo de criar pânico injustificado entre os correntistas.
Fotos: Jane de Araújo /Agência Senado /Mário Agra/Agência Câmara