Centrão ensaia ‘jogar Bolsonaro n’água’ e indicar vice a Tarcísio

Cresce articulação para lançar Tarcísio de Freitas em 2026, com Ciro Gomes como vice

Bolsonaro e Tarcísio

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 22/08/2025 às 18:26 | Atualizado em: 22/08/2025 às 18:27

Caciques do centrão e da direita aceleram movimentos para se afastar da figura de Bolsonaro e construir uma alternativa para as eleições de 2026. Hoje essa saída é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O sinal mais recente desse descarte de Bolsonaro, com o pé no presídio, veio durante um jantar em Brasília que reuniu importantes lideranças de partidos da federação União Progressista, do União Brasil e Progressistas.

Lá estavam articulando figuras como Ciro Nogueira (PP), Marcos Pereira (Republicanos), Valdemar da Costa Neto (PL), além do próprio Tarcísio de Freitas e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

O encontro foi interpretado como o início da construção de uma “superpotência política” como alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro.

Nos bastidores, membros do centrão articulam uma chapa com Tarcísio como candidato a presidente e Ciro Gomes como vice.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) reforçou a urgência da definição: ele defende até uma anistia para Bolsonaro, mas considera inviável permanecer indefinido por muito tempo.

Os movimentos evidenciam uma ruptura política: o centrão, antes base do bolsonarismo, agora busca novas lideranças com potencial de aglutinar o bloco do centro-direita, reformulando alianças e estratégias para 2026.

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Eduardo e Bolsonaro ajudam muito

O indiciamento de Bolsonaro e a divulgação de mensagens trocadas com o filho Eduardo acirraram esse debate sobre a sucessão presidencial. Daí enxergarem uma boa chance de se livrar do clã e acelerar o foco em Tarcísio.

As conversas, reveladas nesta quinta-feira (21), mostram Eduardo expressando desconfiança e contrariedade em relação a Tarcísio, alegando que o governador nunca ajudou o pai em embates com o STF. 

O tom irritado do deputado foi interpretado como reflexo das divisões dentro da família e de sua postura mais radicalizada.

Para lideranças do centrão e de grandes partidos da direita, a exposição pública desse atrito fragiliza Eduardo e amplia a pressão para que Tarcísio ganhe autonomia política, mantendo o apoio simbólico de Bolsonaro, mas sem se prender às disputas internas do clã.

Embora ainda enfrente resistências no núcleo bolsonarista, Tarcísio é visto por dirigentes como o único nome capaz de aglutinar forças de direita contra Lula em 2026. 

A expectativa agora é de que as articulações avancem também sobre a definição do vice da chapa.

Foto: Alan Santos/Presidência da República