Farmácia Popular: deputado cobra governo da fraude de R$ 40 milhões
Fraude teria financiado tráfico internacional, aponta PF

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 14/08/2025 às 16:53 | Atualizado em: 14/08/2025 às 16:56
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) cobrou explicações dos ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública sobre a fraude, que envolveu 148 farmácias de fachada, o uso indevido de 160 mil CPFs e desviou quase R$ 40 milhões do programa Farmácia Popular para financiar o tráfico internacional de drogas, segundo a Polícia Federal
“Esta não é apenas uma fraude contra o erário público, mas um ataque direto contra os mais vulneráveis de nossa sociedade”, disse Alberto Neto.
Segundo ele, “essa quadrilha criminosa roubou descaradamente milhões de um programa criado para salvar vidas e transformou esse dinheiro em combustível para o tráfico internacional de drogas”.
A PF aponta que os criminosos usaram farmácias falsas em várias regiões do país para desviar recursos, lavar dinheiro e financiar a compra de cocaína na Bolívia e no Peru.
Ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o parlamentar pede esclarecimentos de como o esquema passou despercebido pelos sistemas de controle e quais medidas estão sendo adotadas para cooperar com a PF e criar uma força-tarefa permanente contra fraudes em programas sociais de saúde.
Já para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, Alberto Neto questiona se as penas previstas no Código Penal são adequadas para crimes que usam políticas públicas como fonte de financiamento do tráfico, e como o governo pretende ampliar recursos para a PF criar núcleos especializados no combate a fraudes dessa magnitude.
Atentado contra vidas
O deputado destacou ainda que a ação dos criminosos atenta diretamente contra a vida humana, pois afeta a população vulnerável que mais precisa do Farmácia Popular.
“São os aposentados que dependem de medicamentos caros para pressão alta, os diabéticos que não conseguem comprar insulina, as mães de família que precisam de remédios para asma dos filhos. Todos eles prejudicados por criminosos que não têm escrúpulos nem limites”.
Para o parlamentar, este caso escancara uma realidade insuportável do país: “no Brasil, o crime compensa”. E lembrou que a cada remédio roubado do Farmácia Popular, uma criança ficou sem tratamento; a cada real desviado, uma família foi condenada a escolher entre comer e se medicar; a cada farmácia fantasma criada, criminosos zombaram da face de todos os brasileiros que acreditam que vale a pena ser honesto.
“O Estado brasileiro falhou. Falhou em proteger os vulneráveis, em fiscalizar recursos públicos e em impedir que criminosos transformassem política pública em negócio privado do crime organizado. E enquanto a Justiça não for implacável com esses bandidos, eles continuarão roubando a esperança de quem mais precisa para financiar a desgraça de todos nós. O crime não pode prevalecer sobre a dignidade dos brasileiros honestos”, afirmou.
Foto: Divulgação