Rota Manaus-Pacífico abre antes da COP-30, anuncia Simone Tebet

Ministra do Planejamento diz que nova rota pelo Porto de Chancay reduzirá em até 10 mil km o trajeto do Brasil à Ásia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 12/08/2025 às 17:38 | Atualizado em: 12/08/2025 às 17:38

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, prevê que a chamada Rota Amazônica, que vai facilitar as exportações dos produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) aos países sul-americanos e à Ásia pelo Porto de Chancay (Peru), deverá ser inaugurada antes ou depois da COP-30, em Belém.

“A Rota fica pronta ainda este ano, até o final do ano, se não antes da COP [novembro], ou em seguida à COP. E ela já está, inclusive, começando a comercializar”, disse a ministra nesta terça-feira (12 de agosto) durante audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado.

De acordo com ela, a Rota vai diminuir em até 10 mil quilômetros a distância da América do Sul, e do Brasil, até a Ásia.

“Essa rota que a gente achava que seria a mais fraca no sentido de balança comercial se mostra uma rota que também tem a capacidade de proteger a floresta amazônica, garantindo a dignidade do trabalho para quem está lá: as cooperativas, o cacau, o pescado, enfim, os trabalhos manuais feitos pelas mulheres”, destaca.

A Rota, que comercializa atualmente produtos como embarcações, açúcar, polpa de frutas e arroz, tem potencial para exportar produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central.

Entre os novos setores, a serem promovidos, estão o de isqueiros, motocicletas, canetas, barbeadores, aparelhos de TV e de som Aparet, bens da bioeconomia e indústria naval.

Visita

A ministra lembra que esteve recentemente na tríplice fronteira: “Fui muito bem recebida pelo Governador do Amazonas [Wilson Lima], e ali já tem Forças Armadas, já tem toda uma estrutura de proteção de segurança de fronteira. É claro que se precisar melhorar, nós vamos melhorar, dentro do processo”, afirma.

“Nós tivemos que fazer três dragagens mais profundas, a terceira fica pronta agora em setembro , colocar uma aduana na tríplice fronteira entre Amazonas, Colômbia e Peru, que também já tem servidor que passou no concurso da Receita Federal pronto para atuar”, diz.

Ela explica que a rota vai até Colômbia, chega até o Equador, depois pelas cordilheiras chega ao Porto de Chancay, o maior do pacífico e um investimento da China no Peru.

“Chancay a Xangai [China] é o ponto mais curto de distância entre a América do Sul e a Ásia. Então, o ponto mais curto de distância não é pelo Atlântico, não é pelo Chile, não é pela Colômbia, não é pelo Brasil; o ponto mais curto de distância entre a América do Sul e a Ásia é do Porto de Chancay, ali pertinho de Lima [Peru]”, explica.

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Foto: Ministério do Planejamento