Empresas da ZFM conhecem plano federal de dragagem na vazante

Plano prevê monitoramento das hidrovias e dragagem nos rios Amazonas e Solimões

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/08/2025 às 15:42 | Atualizado em: 08/08/2025 às 15:42

O Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já têm um plano de ação para combater os impactos da próxima vazante que deve ocorrer no Amazonas a partir dos meses de setembro a dezembro de 2025.

Dessa forma, as ações de enfrentamento à seca foram apresentadas, nesta quinta-feira (7/8), aos dirigentes do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).

De acordo com o diretor de infraestrutura aquaviária do Dnit, Edmar Tavares, e o diretor de gestão hidroviária, da Secretaria Nacional de Hidrovias/Mpor, Eliezé Bulhões, as principais ações são:

Monitoramento diário das hidrovias, dragagens nas calhas dos rios Amazonas e Solimões, investimentos em portos fluviais do interior (IP4) e andamento do projeto do porto da Manaus Moderna

Na reunião, que abordou as preocupações com a próxima vazante dos rios, ainda este ano de 2025, foram detalhadas as ações governamentais para garantir a navegabilidade e o fluxo de embarcações na região.

O presidente-executivo do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio de Oliveira, e o representante da Fieam/Cieam, em Brasília, Saleh Hamdeh, foram recebidos pelo Diretor do Departamento de Gestão Hidroviária, Eliezé Bulhões de Carvalho, que focou nas medidas em curso e futuras para assegurar a passagem de navios e a continuidade das operações comerciais.

Plano de ação

Eliezé Bulhões de Carvalho detalhou as medidas do Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor) para assegurar a navegabilidade:

• Monitoramento diário das principais hidrovias brasileiras, especialmente no Amazonas;

• Quatro contratos de dragagem já vigentes na calha do Amazonas e Solimões, com as campanhas de dragagem previstas para iniciar no final de agosto e setembro;

• Investimentos em IP4s (portos fluviais) essenciais para municípios e comunidades, como a obra entregue em Barcelos;

• Andamento do projeto da Manaus Moderna, o novo terminal portuário, que já está em processo de licitação, com a abertura das propostas previstas para meados de setembro de 2025.

Monitoramento e dragagens

“A Secretaria de Hidrovias mantém um programa de monitoramento diário das principais hidrovias brasileiras, com foco especial no estado do Amazonas. Este acompanhamento contínuo permite que as empresas contratadas avancem com celeridade nas frentes de trabalho. O objetivo principal é garantir o nível mínimo de segurança para a navegação de todas as embarcações, especialmente aquelas que fomentam a economia do estado”, explicou o diretor de hidrovias, Eliezé Bulhões.

Além disso, Eliezé Bulhões informou que já existem quatro contratos de dragagem vigentes nas calhas dos rios Amazonas e Solimões. Segundo ele, as campanhas de dragagem estão programadas para começar no final de agosto e em setembro, deste ano, com a emissão das ordens de serviço para as empresas levarem os parques de dragagem aos pontos críticos, conforme a necessidade.

“Os últimos dados mostram que o rio está 3,4 metros acima do nível do ano passado. O que chega a ser confortável, mas os órgãos federais vão continuar olhando todo dia e acompanhando para garantir a segurança da navegação”, complementou o diretor de Gestão Hidroviária, Eliezé Bulhões.

Navegação segura

Já o diretor do Dnit, Edmar Tavares, informou que a operação utilizará uma draga hopper (TSHD) — embarcação de grande porte e alta capacidade, capaz de remover sedimentos de forma contínua e eficiente, sem a necessidade de paradas frequentes para recalque de material, como ocorre com dragas de sucção tradicionais.

O equipamento permitirá, segundo o DNIT, manter o calado de 12,8 metros, conforme as normas da Marinha, garantindo a passagem de navios de grande porte pelos dois trechos mais críticos do rio, que é a Foz do Madeira e o Tabocal.

“O objetivo é garantir o calado de 12,8 metros, de forma a manter a navegação segura e contínua, sem a repetição dos problemas de 2023 e 2024”, afirmou. Segundo ele, a escolha também considerou alternativas de traçado para evitar áreas de alto assoreamento e reduzir a necessidade de retrabalho”, explicou Tavares.

Reunião no DNIT

Licença peruana

Segundo ele, o estudo é complexo, pois, vai além do território nacional. Isso porque apesar do serviço ser realizado em território nacional, é preciso negociar com a Marinha peruana, já que o rio Amazonas nasce no Peru, na Cordilheira dos Andes, e deságua no Oceano Atlântico, no Brasil.

“Por conta disso, precisamos aplicar bem os recursos, evitando dragar em locais que rapidamente voltarão a assorear. Esse planejamento é essencial para que a obra tenha resultado duradouro”, declarou Edmar Tavares, do Dnit.

Pontos estratégicos

O presidente do Cieam ressaltou a importância das ações em pontos estratégicos, tanto na questão da garantia da dragagem dos dois pontos críticos, na foz do rio Madeira e da região do Tapocal (médio Solimões), quanto do projeto da Manaus Moderna. Além e dos IP4, que são importantes para o interior do Amazonas.

De acordo com Lúcio Flávio, a combinação do monitoramento com as dragagens é fundamental para garantir a navegabilidade do rio. Essa garantia, segundo ele, assegura a passagem dos navios com o menor alívio possível de carga, resultando na normalização do fluxo de navios para a chegada de insumos e a saída de produtos acabados.

Manaus Moderna e os IP4

Além das dragagens, o governo está investindo nos IP4, os “portinhos” – pequenos portos no interior do Estado – considerados fundamentais para todos os municípios e comunidades no Amazonas. Ele citou a obra já entregue em Barcelos.

E um dos grandes destaques é o projeto da Manaus Moderna, um novo terminal portuário (IP4), um grande sonho de todo o morador de Manaus.

Bulhões enfatizou que o projeto da Manaus Moderna vai garantir toda a segurança para a população e o comércio. O processo licitatório para o novo porto de Manaus já está em andamento, com previsão de abertura das propostas para meados de setembro deste ano.

Infraestrutura vital

“Com toda essa explanação, verificamos, tanto por parte da Secretária de Hidrovias quanto pelo DNIT, que está sendo feito tudo para que este ano seja melhor do que foi 2023 e 2024. Com certeza, estará garantida a passagem dos navios com o menor alívio possível de carga e a normalização do fluxo de navios para a chegada de insumos sair do produto acabado das indústrias do Polo Industrial de Manaus”, declarou o presidente-executivo do Cieam, Lúcio Flávio de Oliveira.

Por fim, o diretor de Gestão Hidroviária, do MPor, Eliezé Bulhões reforçou o compromisso do governo federal em apoiar a infraestrutura vital da região, que é a navegabilidade dos rios, assegurando que o Amazonas possa enfrentar a próxima estação de seca com maior segurança e previsibilidade para suas operações econômicas e comerciais.

Reunião na Secretaria Nacional de Hidrovias

Fotos: Divulgação