Rios Amazonas e Solimões têm 4 m mais de água que em 2024
Ministério dos Portos e Aeroportos monitora a região para aplicar medidas que garantam a navegabilidade dos rios, como dragagem

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 04/08/2025 às 18:17 | Atualizado em: 04/08/2025 às 18:37
O nível das águas dos rios amazônicos este ano está até quatro metros superior aos números detectados no início de agosto do ano passado. Naquele período, a estiagem afetou a navegabilidade de grandes cargas na região Norte do país.
Isso quer dizer que, embora a enchente 2025 tenha se estabilizado, como no Amazonas, os rios estão secando muito abaixo da média registrada no ano passado.
Para se ter uma ideia, nesta segunda-feira, 4 de agosto, o rio Negro, que banha a capital Manaus, no Amazonas, registrou 28.38 metros ou -4 centímetros de vazante.
Isso representa apenas -1 centímetro em relação à última sexta-feira (1/8), quando o Negro estava em 28.49 e mostrava uma vazante de -3 centímetros.
Em outra constatação, entre 1 e 4 de agosto de 2025, o rio Negro vazou -11 centímetros. Enquanto, no mesmo período do ano passado, a vazante era de -36 centímetros.
As informações sobre a situação do nível dos rios amazônicos constam do boletim de monitoramento da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação (SNHN) do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
O levantamento é utilizado para adotar com antecedência, caso necessário, medidas que viabilizem o transporte fluvial.
Rio Solimões
No caso do rio Solimões, no Amazonas, onde o Ministérios dos Portos e Aeroportos realizou, em 2024, um contrato de dragagem por cinco anos, a lâmina d’água está 409 centímetros.
Essa medida está acima do registrado no mesmo dia do ano passado em São Paulo de Olivença e 363 em Tabatinga, cidades situadas no oeste do Amazonas. E 445 centímetros em Coari, na parte central do estado.
“É uma região que depende muito das condições de navegabilidade para a chegada de alimentos, combustível e medicamentos. Assim, os níveis atuais indicam que não deverá haver transtornos no transporte de passageiros e de carga no estado, como ocorreu no ano passado”, avalia o secretário Nacional de Hidrovias, Dino Antunes.
E prossegue:
“Em todo caso, as medidas adotadas em 2024 já permitem uma solução mais permanente, em caso de estiagem severa, pois contratamos serviços de dragagem por cinco anos. Ou seja, a empresa contratada já está à disposição para usar seus equipamentos nos pontos adequados, caso haja necessidade”.
Rio Amazonas
Já no rio Amazonas, também contemplado pelo contrato da entidade portuária (MPor) para dragagem por cinco anos, o ponto de monitoramento de Itacoatiara (na região leste do estado) indica 322 centímetros acima do registrado no mesmo dia do ano passado.
No entanto, em Manaus (rio Negro), o nível está 339 centímetros acima do verificado em 2024.
“O trecho entre Itacoatiara e Manaus é fundamental para o transporte de grandes cargas que abastecem a capital e a Zona Franca de Manaus, ou seja, tem forte impacto na economia do estado. Vamos continuar acompanhando de perto o desempenho do rio para adotar as medidas necessárias, caso surjam bancos de areia que prejudiquem a navegação”, disse o secretário. “A princípio, as condições atuais do rio não indicam problemas”.
Leia Mais
Plano Seca: governador destaca queda de 90% dos focos de calor no Amazonas
Ações contra seca
No final do ano passado, o Ministério dos Portos e Aeroportos investiu cerca de R$ 500 milhões para garantir a dragagem de manutenção do Solimões e do Amazonas por cinco anos. Isso, para evitar atrasos decorrentes dos processos anuais de licitação para dragagem.
Os trechos que tiveram o contrato assinado para realização de dragagem no rio Solimões são: Coari-Codajás, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença e Tabatinga a Benjamin Constant. No rio Amazonas, o contrato contempla o trecho de 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil