Peçinha de 43 cm, 100 mortos e o fim do supersônico Concorde

O desastre aéreo vitimou grupo formado por turistas que haviam saído da Alemanha

Peçinha de 43 cm, 100 mortos e o fim do supersônico Concorde

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 27/07/2025 às 10:54 | Atualizado em: 27/07/2025 às 10:55

Ao decolar em uma das quatro pistas do aeroporto Charles de Gaulle, na França, o Air France 4590, acabou em desastre há pouco mais de 25 anos, em 25 de julho de 2000.

A história envolve o complexo Concorde, conhecido como um dos maiores feitos da engenharia de todos os tempos, e uma peça de metal retorcida de 43 centímetros, pouco maior que uma régua, caída na pista de decolagem.

Segundo reportagem do g1, o voo Air France 4590 era apenas parte de um roteiro dos sonhos para os 100 passageiros que embarcaram no Concorde.

Era um avião diferente em tudo, inclusive na capacidade, quando comparado às aeronaves que faziam voos transatlânticos —levava no máximo 128 passageiros.

O grupo era formado por turistas que haviam saído da Alemanha e comprado um pacote que incluía, depois da chegada a Nova York, uma viagem de navio pelo Caribe em direção ao Equador.

Para isso, a agência fretou um dos aviões supersônicos da Air France. Apenas 13 das famosas aeronaves supersônicas voavam na época, todas pela empresa francesa ou pela British Airways.

Em uma tarde quente de julho no verão europeu, o comandante Christian Marty alinhou o icônico nariz rebaixado do Concorde apontando a oeste na cabeceira de uma das quatro pistas do aeroporto Charles de Gaulle, na França.

Ao receber autorização da torre, ele empurrou as manetes de potência para a frente, fazendo rugir os quatro motores Olympus 593, célebres pelo barulho ensurdecedor. Cerca de três horas e meia depois, seu avião deveria cruzar o Atlântico —duas vezes mais rápido que a velocidade do som— e pousar em Nova York.

Em 121 segundos, porém, o comandante Marty e todos os ocupantes daquele avião estariam mortos – e a era das viagens supersônicas estaria fadada a acabar.

Às 16h34, horário local, o Concorde finalmente saiu do portão e iniciou seu táxi até a cabeceira da pista 26R do Charles de Gaulle.

Com 100 passageiros e 9 tripulantes, os pilotos sabiam que a aeronave estava pesada —e ordenaram o enchimento dos 13 tanques de combustível até a quase totalidade.

Às 16h37, aquela mesma pista foi usada por um DC-10 da Continental Airlines. Em um fato que passou despercebido, já que as inspeções de pista eram menos rigorosas na época, uma barra de metal que vedava o capô do reverso do motor direito daquela aeronave caiu na pista, durante a corrida para decolagem.

A queda da barra de metal, como seria descoberto depois, decorreu de uma falha que já dava sinais de que aconteceria. E a peça, de liga alumínio-titânio, com 43 cm de comprimento, seria a protagonista da tragédia.

É tarde demais. Às 16h44min31,6s, a gravação é encerrada. O Concorde se choca contra um hotel na cidade de Gonesse, a 10 km da pista do Charles de Gaulle. Todos os 109 ocupantes morreram, além de quatro pessoas em solo.

Leia reportagem completa sobre a pequena protagonista de uma grande tragédia, no g1.

Leia mais

Achado avião que caiu em Manicoré, no Amazonas. Sem sobrevivente

Foto: divulgação