Pedida prisão de policiais do Amazonas que estupraram indígena por nove meses
Ministério Público do Amazonas relata violência sexual, tortura e intimidação contra mulher da etnia kokama sob custódia.

Publicado em: 26/07/2025 às 19:49 | Atualizado em: 26/07/2025 às 19:52
Trancada em cela masculina, sem atendimento médico ou jurídico, uma mulher indígena da etnia kokama foi estuprada de forma contínua por nove meses dentro de uma delegacia no interior do Amazonas. Agora, os cinco acusados, quatro policiais militares e um guarda municipal, podem ser presos preventivamente.
O pedido foi feito pelo Ministério Público do Amazonas na última sexta-feira (25), com base em relatos da vítima e laudos que confirmam os abusos.
Segundo os promotores, os crimes ocorreram entre novembro de 2022 e agosto de 2023, em Santo Antônio do Içá, durante o período em que a mulher esteve sob custódia com seu bebê recém-nascido.
A indígena contou ao MP que sofreu violência sexual de forma recorrente, quase sempre à noite, e em diversos episódios os abusos foram praticados em grupo. Além disso, ela relatou constrangimentos, humilhações e visitas de intimidação à casa de sua mãe feitas por alguns dos acusados.
O MP classifica o caso como um dos mais graves episódios de violência institucional já registrados no estado. A denúncia envolve estupro de vulnerável, estupro qualificado, tortura e outros possíveis crimes.
O exame de corpo de delito e o parecer psicológico da vítima são apontados como provas materiais dos abusos. O processo corre em segredo de Justiça.
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Foto: Dacimar Carneiro, advogado/cedida ao site Sumaúma Jornalismo/reprodução Facebook