Deputados erguem bandeira dos EUA na Câmara e apoiam quem atenta contra o Brasil

Em um ato simbólico que revela muito mais do que mero alinhamento político, deputados federais bolsonaristas exibiram no plenário da Câmara a bandeira dos Estados Unidos associada a Donald Trump.

Trata-se do presidente que insuflou a invasão ao Capitólio em 2021 e que agora serve de modelo para extremistas no Brasil.

O gesto escancarou a disposição de parlamentares brasileiros de se alinhar abertamente a figuras que representam ameaça à democracia, notadamente a brasileira.

O ato ocorreu em meio às articulações para aprovar moções de solidariedade a Jair Bolsonaro (PL), alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.

Parte do grupo, liderado pelo deputado tenente-coronel Zucco (PL-RS), levou ao plenário uma placa com o nome de Bolsonaro, que inicialmente era esperado nas reuniões daquela manhã.

No entanto, o próprio general Eduardo Pazuello (PL-RJ), aliado de primeira hora do ex-presidente, alertou sobre os riscos da exposição:

“Não coloca placa do Bolsonaro, ele já está exposto demais. A placa pode indicar que ele está aqui e ele não vem”, disse Pazuello.

Parlamento subserviente

A contradição é evidente: enquanto pedem anistia e minimizam os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, esses parlamentares reproduzem os mesmos sinais de desrespeito institucional.

Ao ostentar a bandeira norte-americana de Trump em território brasileiro, transmitem a mensagem de que preferem uma liderança estrangeira a respeitar os limites da Constituição do país que juraram representar.

O episódio deixa claro que não se trata apenas de divergência ideológica ou oposição ao governo atual.

Trata-se da atuação de uma bancada disposta a afrontar a soberania nacional e endossar abertamente práticas inspiradas na subversão democrática, seja em Washington ou em Brasília.

Com cada vez mais investigações revelando o envolvimento direto de Bolsonaro em planos golpistas, inclusive em articulação com aliados militares e civis, o apoio parlamentar a essas figuras não é apenas vergonhoso. É um sinal de alerta.

Leia mais no G1.

Foto: Reprodução/Globonews