Debandada na caserna: 36 sargentos deixam ExĂ©rcito de uma vez sĂ³

Mudanças na carreira militar levaram 36 sargentos do Exército a retornarem à vida civil. Alterações no tempo de serviço e promoções limitadas geram debates.

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Publicado em: 20/01/2025 Ă s 15:53 | Atualizado em: 20/01/2025 Ă s 15:53

O ExĂ©rcito Brasileiro registrou, na Ăºltima sexta-feira (17/1), o desligamento de 36 sargentos, conforme divulgado pela Diretoria de Controle de Efetivo e Movimentações (DECEM). Entre os que optaram por retornar Ă  vida civil, estavam quatro segundos-sargentos e 32 terceiros-sargentos.

Esse movimento de desligamentos reflete uma tendĂªncia crescente entre os graduados recĂ©m-formados, motivada por mudanças estruturais na carreira militar.

Dentre essas alterações, destaca-se o aumento do tempo mĂ­nimo de serviço e a perspectiva de apenas trĂªs promoções ao longo de 35 anos de carreira.

Tais modificações tĂªm levado muitos militares a reconsiderarem sua permanĂªncia nas Forças Armadas, buscando alternativas profissionais no meio civil.

Paralelamente, o Exército Brasileiro tem implementado iniciativas para modernizar e adaptar suas estruturas às novas demandas.

Uma dessas medidas Ă© a introduĂ§Ă£o do alistamento militar feminino, iniciado em 1º de janeiro de 2025. Foram oferecidas 1.500 vagas para mulheres, que passarĂ£o por um processo seletivo abrangendo alistamento, seleĂ§Ă£o geral, seleĂ§Ă£o complementar, designaĂ§Ă£o/distribuiĂ§Ă£o e incorporaĂ§Ă£o.

As candidatas poderĂ£o escolher a Força que desejam integrar, considerando a disponibilidade de vagas e as especificidades de cada ramo das Forças Armadas.

AlĂ©m disso, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que mantĂ©m a idade mĂ­nima de 55 anos para a passagem dos militares Ă  reserva. Essa medida busca padronizar as regras de aposentadoria e assegurar a sustentabilidade do sistema previdenciĂ¡rio militar.

Essas mudanças no fluxo de carreira e nas polĂ­ticas de pessoal das Forças Armadas tĂªm gerado debates sobre os desafios e oportunidades na profissĂ£o militar. Enquanto alguns veem as reformas como necessĂ¡rias para a modernizaĂ§Ă£o e eficiĂªncia das Forças, outros apontam para possĂ­veis impactos negativos na retenĂ§Ă£o de talentos e na motivaĂ§Ă£o dos militares.

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Em resposta a essas preocupações, especialistas sugerem a importĂ¢ncia de um planejamento estratĂ©gico que considere tanto as necessidades institucionais quanto as expectativas dos militares. A adoĂ§Ă£o de polĂ­ticas que promovam a valorizaĂ§Ă£o profissional, aliada a uma comunicaĂ§Ă£o transparente sobre as mudanças, pode contribuir para mitigar os efeitos adversos e fortalecer o compromisso dos militares com a instituiĂ§Ă£o.

Em suma, o cenĂ¡rio atual das Forças Armadas brasileiras Ă© marcado por transformações significativas que buscam alinhar a instituiĂ§Ă£o Ă s exigĂªncias contemporĂ¢neas. No entanto, Ă© fundamental que essas mudanças sejam acompanhadas de medidas que assegurem a motivaĂ§Ă£o e o bem-estar dos militares, garantindo, assim, a continuidade de um serviço de excelĂªncia Ă  naĂ§Ă£o.

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/AgĂªncia Brasil