Vice de Bolsonaro deu dinheiro vivo para execuĂ§Ă£o de Lula, Alckmin e Moraes

De acordo com o Mauro Cid, a entrega ocorreu em uma das residĂªncias oficiais da PresidĂªncia da RepĂºblica.

Vice de Bolsonaro deu dinheiro vivo para execuĂ§Ă£o de Lula, Alckmin e Moraes

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas

Publicado em: 06/12/2024 Ă s 09:57 | Atualizado em: 06/12/2024 Ă s 10:05

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Bolsonaro e candidato a vice do ex-presidente na eleiĂ§Ă£o de 2022, teria entregue dinheiro vivo a militares para execuĂ§Ă£o de Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

É o que revelou o general Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 21 de novembro.

Segundo a Revista FĂ³rum, a informaĂ§Ă£o foi divulgada pela jornalista Juliana Dal Piva, do site ICL NotĂ­cias.

AlĂ©m disso, Cid foi convocado a prestar depoimento apĂ³s a operaĂ§Ă£o da PolĂ­cia Federal (PF), realizada em 19 de novembro.

Como resultado, levou Ă  prisĂ£o quatro militares das Forças Especiais do ExĂ©rcito — os chamados “kids pretos” — e de um agente da prĂ³pria PF.

Eles sĂ£o todos envolvidos no plano golpista que visava assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o prĂ³prio ministro do STF. Tratando-se do plano “Punhal Verde e Amarelo”.

Assim, ao ser confrontado por Moraes sobre o plano, Cid teria chorado e revelado que presenciou Braga Netto entregando dinheiro escondido em embalagens de vinho aos “kids pretos” envolvidos na trama.

De acordo com Cid, a entrega ocorreu em uma das residĂªncias oficiais da PresidĂªncia da RepĂºblica.

Ainda segundo a FĂ³rum, nesta quinta-feira (5), Mauro Cid prestou um novo depoimento Ă  PolĂ­cia Federal e reforçou a participaĂ§Ă£o de Braga Netto na trama golpista liderada por Jair Bolsonaro. 

EntĂ£o, Braga Netto foi o responsĂ¡vel por aprovar o plano elaborado por militares golpistas para assassinar o presidente Luiz , Alckmin e Moraes. 

Quem diz Ă© a PolĂ­cia Federal (PF) no relatĂ³rio final do inquĂ©rito sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil, cujo sigilo foi derrubado por Moraes na terça-feira (26).

Ou seja, mesma data em que o documento com mais de 800 pĂ¡ginas foi encaminhado Ă  Procuradoria-Geral da RepĂºblica (PGR), que deve apresentar um parecer denunciando ou nĂ£o os investigados para que, entĂ£o, o STF possa julgĂ¡-los. 

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Elaborador do plano

AlĂ©m disso, o general Mario Fernandes, secretĂ¡rio-executivo da Secretaria-Geral da PresidĂªncia no governo Bolsonaro e ex-comandante do Comando de Operações Especiais do ExĂ©rcito, teria sido o responsĂ¡vel por elaborar, em novembro de 2022, o plano para a execuĂ§Ă£o de Lula, Alckmin e Moraes.

Dessa forma, ele foi preso na recente operaĂ§Ă£o “Contragolpe” da PF junto a outras 4 pessoas – trĂªs militares kids pretos e um agente da PolĂ­cia Federal. 

No relatĂ³rio final do inquĂ©rito, a PF traz detalhes sobre a operaĂ§Ă£o criminosa: em 8 de novembro de 2022, militares investigados teriam começado a discutir o plano.

Desse modo, no dia seguinte, Mario Fernandes teria impresso um documento sobre o “Punhal Verde e Amarelo” em uma impressora do PalĂ¡cio do Planalto e, depois, o levado atĂ© Jair Bolsonaro no PalĂ¡cio da Alvorada.

Assim sendo, documento em questĂ£o continha explicações sobre como os assassinatos seriam realizados e a estrutura e logĂ­stica que seriam necessĂ¡rias para o cometimento do crime. Tudo isso, depois, viria a ser apresentado e aprovado por Braga Netto.

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Foto: Valter Campanto/AgĂªncia Brasil