Traído, general já pensa em delatar plano de golpe de Bolsonaro
General Mario Fernandes considera delação premiada, motivado por mágoa e acusações de agir sozinho, podendo implicar Bolsonaro e Braga Netto na tentativa de golpe.

Diamantino Junior
Publicado em: 02/12/2024 às 21:55 | Atualizado em: 03/12/2024 às 11:05
O general Mario Fernandes, investigado no inquérito sobre a tentativa de golpe contra a democracia, estaria considerando uma colaboração premiada que poderia revelar novas informações sobre o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Braga Neto na trama golpista. A informação foi apurada pela CNN Brasil junto a investigadores que acompanham o caso.
Segundo fontes, Fernandes tem demonstrado irritação com as acusações de outros indiciados, que o descrevem como um “lobo solitário”.
Essas alegações sugerem que ele teria agido sem ordens superiores, liderando antigos subordinados de forma independente para implementar medidas extremas e ilegais.
Em conversas reservadas, o general teria negado essa narrativa, afirmando que suas ações estavam alinhadas a demandas específicas de Bolsonaro e Braga Netto.
A mágoa com a estratégia de defesa de Bolsonaro, descrita por outros indiciados como ingrata e traiçoeira, também parece alimentar a disposição de Fernandes para colaborar com a Justiça.
Para ele, o ex-presidente estaria tentando se desvencilhar de qualquer responsabilidade, isolando os envolvidos no caso.
Fontes próximas ao inquérito apontam que, se o general avançar com a delação premiada, isso pode trazer revelações decisivas sobre os bastidores do plano golpista.
Entre os possíveis detalhes estão os comandos diretos de líderes superiores e as estratégias discutidas para minar instituições democráticas.
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Procurada pela CNN, a defesa de Mario Fernandes não se manifestou sobre o assunto. Contudo, a possibilidade de sua colaboração aumenta a tensão no caso, que já trouxe à tona diversas divisões internas entre os investigados.
Se confirmada, a delação poderá alterar significativamente o rumo das investigações, colocando em evidência o papel de figuras de alto escalão no esquema.
Foto: reprodução