Lula planeja nomear evangélica para ministério e agradar setor

Presidente busca fortalecer sua relaĂ§Ă£o com os evangĂ©licos e o pĂºblico feminino, com a participaĂ§Ă£o de lĂ­deres como Eliziane Gama e Benedita da Silva.

Publicado em: 10/11/2024 Ă s 13:57 | Atualizado em: 11/11/2024 Ă s 10:47

A anĂ¡lise da jornalista Vera Rosa, publicada no EstadĂ£o, aponta que o presidente Luiz InĂ¡cio Lula da Silva pretende nomear um representante da Frente Parlamentar EvangĂ©lica, de preferĂªncia uma mulher, para um ministĂ©rio, como parte de uma estratĂ©gia de aproximaĂ§Ă£o com os evangĂ©licos e o pĂºblico feminino. Essa aĂ§Ă£o visa suavizar resistĂªncias que o governo enfrenta nesses segmentos, considerados fundamentais para a disputa eleitoral de 2026.

De acordo com Vera Rosa, o PalĂ¡cio do Planalto intensificou os diĂ¡logos com os evangĂ©licos, especialmente atravĂ©s dos ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da UniĂ£o (AGU), e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais.

A jornalista destaca que, alĂ©m de tentar aproximar esse pĂºblico, Lula busca consolidar uma nova configuraĂ§Ă£o de forças polĂ­ticas para fortalecer sua governabilidade e sua possĂ­vel candidatura Ă  reeleiĂ§Ă£o.

Nomes como os da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) estĂ£o sendo cogitados para ocupar uma vaga no primeiro escalĂ£o do governo, sendo que o MinistĂ©rio do Desenvolvimento Social, que administra o programa Bolsa FamĂ­lia, Ă© um dos mais desejados por esse segmento.

Contudo, como explica Vera Rosa, a Frente Parlamentar EvangĂ©lica, liderada por Silas CĂ¢mara (Republicanos-AM), mantĂ©m uma postura cautelosa, afirmando que, embora o diĂ¡logo com o governo exista, Ă© necessĂ¡rio que o Planalto demonstre mais ações concretas que estejam alinhadas com os valores defendidos pelo grupo.

As crĂ­ticas Ă  postura do governo em temas como educaĂ§Ă£o infantil e aborto sĂ£o apontadas como obstĂ¡culos nessa aproximaĂ§Ă£o.

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Por outro lado, Vera Rosa avalia que hĂ¡ uma parcela da bancada evangĂ©lica que se sente desamparada por Bolsonaro e estĂ¡ buscando uma posiĂ§Ă£o estratĂ©gica no governo, sem perder a autonomia.

Esse movimento ocorre em meio a tensões internas no bolsonarismo, com disputas entre diferentes alas que competem por influĂªncia polĂ­tica.

Foto: Valter Campanato/AgĂªncia Brasil