Estreante em eleiĂ§Ă£o, Maria do Carmo queima na largada
Maria do Carmo, empresĂ¡ria e vice de Alberto Neto, enfrentou escĂ¢ndalos de dĂvidas e caixa 2 na eleiĂ§Ă£o 2024. Seu projeto de unir riqueza e poder polĂtico foi criticado.

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 28/10/2024 Ă s 05:21 | Atualizado em: 28/10/2024 Ă s 08:52
A derrota do bolsonarista Alberto Neto (PL) nĂ£o deixa em segundo plano sua vice, Maria do Carmo Seffair (Novo).
Ao contrĂ¡rio, a estreante na politica eleitoral tornou-se figura de proa na campanha de 2024 na capital do Amazonas.
Os movimentos que ela fez na eleiĂ§Ă£o refletiram o tamanho de sua fortuna e seu controverso projeto de transformar dinheiro em poder polĂtico.
Maria Carmo, de 65 anos, empresĂ¡ria, branca, a mais rica de todos os candidatos nesta eleiĂ§Ă£o, conforme sua declaraĂ§Ă£o de R$ 90,2 milhões em patrimĂ´nio, a neopolĂtica conservadora mexeu peças muito antes do pleito.
Por exemplo, por meio da sua Fametro (grupo de faculdades), Maria do Carmo comprou uma emissora de rĂ¡dio para lhe garantir visibilidade na cidade.
AlĂ©m disso, ela conseguiu o que muitos polĂticos nĂ£o conseguem toda a vida: ter um partido para chamar de seu: o Novo.
Com isso, começou a executar seu plano de juntar a riqueza dos bens com o poder proporcionado pela polĂtica no Brasil.
Primeiramente, lançou uma prĂ©-candidatura a prefeita para se colocar no cenĂ¡rio eleitoral. Depois, abandonou esse projeto para se tornar a vice de Alberto Neto, sob as bĂªnĂ§Ă£os de Bolsonaro.
AlĂ©m de capital, Maria do Carmo ambicionou tambĂ©m outras praças, como Parintins, por exemplo. Projeto igualmente fracassado. O vencedor foi o candidato do PSD, do atual prefeito Frank Bi Garcia e do senador Omar Aziz, polĂticos influentes a quem ela se refere como da “velha polĂtica”.
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Chamuscada
Dois episĂ³dios de maior relevĂ¢ncia nesta campanha em Manaus, sobretudo, expuseram Maria do Carmo e naufragaram seu plano de poder.
O primeiro foi protagonizado pelo candidato a vice-prefeito adversĂ¡rio, Renato JĂºnior (Avante). Durante um debate na TV Norte/SBT, neste segundo turno, ao atacar o vice de Almeida, acabou levando uma invertida que lhe acompanharia atĂ© o resultado das urnas.
No episĂ³dio, Renato JĂºnior reagiu a um ataque no debate revelando que a empresĂ¡ria, em CPF e CNPJ, Ă© uma das maiores devedoras de IPTU da Prefeitura de Manaus. Mais de R$ 10 milhões.
E ela confirmou a dĂvida, ao vivo, tentando se justificar que precisou dar o calote para pagar a folha dos funcionĂ¡rios de suas empresas.
A situaĂ§Ă£o, contudo, foi tĂ£o vexatĂ³ria para a chapa bolsonarista que acabou a campanha e Alberto Neto e Maria do Carmo nĂ£o conseguiram justificar esse calote aos cofres pĂºblicos.
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Riqueza especulativa
Outro detalhe que pesou muito contra o projeto de juntar poder e riqueza de Maria do Carmo estĂ¡ claro na sua declaraĂ§Ă£o de bens Ă Justiça eleitoral.
Ela Ă© clara em mostrar que parte dos lucros dos negĂ³cios de Maria do Carmo vem de especulações financeiras.
Para se ter uma ideia disso, dos R$ 90 milhões de bens declarados, cerca de R$ 73 milhões estĂ£o em aplicações de poupança e renda fixa.
Ou seja, os juros altos da polĂtica do Banco Central do Brasil sĂ£o generosamente favorĂ¡veis Ă ampliaĂ§Ă£o do tesouro da polĂtica que nĂ£o se vĂª obrigada a contribuir com o fisco do municĂpio.
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Dinheiro no caixa 2
Encerrada a eleiĂ§Ă£o, Maria do Carmo ainda vai continuar a se explicar na Justiça eleitoral.
Na reta final da disputa, pipocaram na mĂdia e nos debates na imprensa denĂºncia de que Maria do Carmo distribuiu dinheiro em caixa 2.
Foi outro ato que pesou contra a intenĂ§Ă£o do eleitor de votar na chapa de Alberto Neto.
Foto: reproduĂ§Ă£o