CCJ bolsonarista da CĂ¢mara lança novo combo de pautas reacionĂ¡rias

Lista inclui proposta anti-MST e outros projetos de endurecimento penal

presidente ccj cĂ¢mara dos deputos Caroline de Toni (PL-SC)

Publicado em: 02/07/2024 Ă s 19:29 | Atualizado em: 02/07/2024 Ă s 20:35

A ComissĂ£o de ConstituiĂ§Ă£o e Justiça (CCJ) da CĂ¢mara dos Deputados planeja colocar em pauta uma sĂ©rie de pautas reacionĂ¡rias a fim de serem apreciadas pelos parlamentares.

Entre as medidas que fizeram parte da pauta do colegiado nesta terça-feira (2), estĂ¡ o Projeto de Lei (PL) 8262/2017, que permite que proprietĂ¡rios possam acionar a polĂ­cia para a retirada de “invasores de propriedade privada” independentemente de ordem judicial.

De autoria do ex-deputado AndrĂ© Amaral (PMDB-PB), o texto teve relatĂ³rio aprovado pela ComissĂ£o de Segurança PĂºblica em agosto de 2022 e conta com parecer favorĂ¡vel jĂ¡ apresentado pelo relator do PL na CCJ, Victor Linhalis (Podemos-ES).

O projeto ainda nĂ£o teve o debate finalizado por conta de um pedido de vista coletiva apresentado por seis deputados em abril.

Na ocasiĂ£o, a presidenta da comissĂ£o, a deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC/foto), colocou na agenda propostas punitivistas utilizadas na disputa de narrativa do grupo como pautas de combate ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Nesse sentido, o PL 8262 se conecta ainda a outras iniciativas jĂ¡ adotadas pelo grupo em diferentes momentos do jogo polĂ­tico, como a Ăºltima ComissĂ£o Parlamentar de InquĂ©rito (CPI) do MST, ocorrida em 2023.

O colegiado encerrou os trabalhos sem aprovaĂ§Ă£o de relatĂ³rio final, mas o assunto segue vivo na boca de parlamentares mais reacionĂ¡rios, que constantemente associam o MST a supostas ações criminosas.

Para o professor e pesquisador Thiago Trindade, do Instituto de CiĂªncia PolĂ­tica da Universidade de BrasĂ­lia (IUnB), a recorrĂªncia constante ao nome do movimento como alvo polĂ­tico remete Ă  disputa de classes sociais. “É uma prĂ¡tica jĂ¡ bem consolidada no sentido de tentar imputar, mais no debate pĂºblico do que no campo judicial propriamente dito, um estigma sobre o MST”, disse.

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Foto: Bruno Spada/AgĂªncia CĂ¢mara