Sindicato apela Ă  Marinha para transporte no rio Madeira nĂ£o parar

O Sindarma planeja evitar a paralisaĂ§Ă£o do transporte fluvial no Rio Madeira, afetando mais de 400 embarcações amazonenses.

Publicado em: 24/06/2024 Ă s 13:51 | Atualizado em: 24/06/2024 Ă s 13:51

O Sindicato das Empresas de NavegaĂ§Ă£o Fluvial do Amazonas (Sindarma) anunciou que tomarĂ¡ medidas em resposta a duas decisões recentes da Capitania dos Portos de Porto Velho, que ameaçam paralisar o transporte de cargas e passageiros entre os estados do Amazonas e RondĂ´nia pelo Rio Madeira.

Essas medidas, publicadas pelo capitĂ£o dos Portos, Matheus de Athaides Firmino, determinam que, no prazo mĂ¡ximo de 90 dias, qualquer documento ou ato administrativo relacionado Ă s embarcações com dĂ©bitos pendentes serĂ¡ suspenso.

Essas decisões afetam mais de 400 embarcações amazonenses de diversos segmentos.

A suspensĂ£o implica que essas embarcações nĂ£o poderĂ£o despachar, atualizar documentações, emitir segundas vias, renovar licenças ou realizar qualquer outro trĂ¢mite junto ao Ă³rgĂ£o responsĂ¡vel.

O Sindarma, em parecer tĂ©cnico de sua assessoria jurĂ­dica, argumenta que a medida da Capitania nĂ£o encontra respaldo nas regras estabelecidas pelo prĂ³prio Ă³rgĂ£o fiscalizador.

Os especialistas do Sindarma afirmam que Ă© essencial verificar se as empresas associadas realmente possuem as restrições mencionadas. Segundo a lei, penalidades e sanções sĂ³ podem ser aplicadas apĂ³s o trĂ¢nsito em julgado dos processos, ou seja, apĂ³s o esgotamento de todos os recursos legais possĂ­veis abordados no auto de infraĂ§Ă£o.

O parecer sugere que, se os associados estiverem sendo prejudicados indevidamente, podem recorrer Ă  justiça para garantir seus direitos e continuar a utilizar os serviços da Capitania sem prejuĂ­zo atĂ© a conclusĂ£o da anĂ¡lise do auto de infraĂ§Ă£o.

O Sindarma tambĂ©m questiona a inclusĂ£o dos possĂ­veis dĂ©bitos das embarcações no Cadastro Informativo de CrĂ©ditos nĂ£o Quitados do Setor PĂºblico Federal (Cadin).

A inclusĂ£o poderia permitir negociações sem impactar negativamente o transporte, especialmente em um dos perĂ­odos mais crĂ­ticos para o setor. A bacia amazĂ´nica estĂ¡ prestes a enfrentar outra vazante histĂ³rica, o que torna a continuidade do transporte fluvial ainda mais crucial.

AlĂ©m do transporte de passageiros, os setores mais afetados pela medida incluem o transporte de combustĂ­veis, grĂ£os e cargas em geral.

O Sindarma lamenta a decisĂ£o da Capitania dos Portos de Porto Velho, que contraria a postura da Marinha do Brasil de facilitar a navegaĂ§Ă£o interior, especialmente durante o perĂ­odo de seca.

O sindicato espera que a Capitania reveja as medidas, para evitar um impacto severo no transporte fluvial entre Amazonas e RondĂ´nia.

Foto: Ronaldo Siqueira/Especial para o BNC Amazonas