Pastor usava igreja para distribuir armas a facção criminosa

Pastor Leonardo Belchior é preso junto com familiares na Operação Fim de Mundo, acusado de tráfico de drogas e armas pelo TCP.

Publicado em: 03/06/2024 às 10:25 | Atualizado em: 03/06/2024 às 10:30

Neste sábado, 1º de junho, o pastor Leonardo Belchior de Souza, de 44 anos, foi preso por envolvimento com a facção criminosa carioca Terceiro Comando Puro (TCP). A detenção ocorreu durante a Operação Fim de Mundo, uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Estadual contra o tráfico de drogas e armas nas comunidades de Acari, na zona Norte do Rio de Janeiro, e Vila Aliança, na zona Oeste

A investigação revelou que o sobrinho do pastor, Renato Castro, era o líder do esquema criminoso. Renato era responsável por coordenar a distribuição de armamentos e entorpecentes de Santa Catarina para o Rio de Janeiro.

A operação também resultou na prisão de vários membros da família do pastor, todos envolvidos no esquema.

Entre os detidos estão a mãe de Renato, Dalva de Castro Belchior, seus irmãos Rodrigo Castro, Rayane de Castro Caetano e Thaylany de Castro Belchior, além do próprio pastor Leonardo Belchior de Souza.

A investigação apontou que a família operava principalmente em Acari, fornecendo armas e drogas para as comunidades de Vila Aliança.

Posteriormente, eles se mudaram para Balneário Camboriú, onde adquiriram uma propriedade de alto padrão.

Durante a investigação, foi descoberto que Renato movimentou milhões de reais em sua conta bancária, principalmente por meio de depósitos em espécie, indicando um esquema de lavagem de dinheiro.

Além dos familiares diretos, a operação identificou a participação de outros envolvidos.

A esposa de Renato, Estela Lira Gonçalves, o cunhado Philipe da Silva Vasconcelos e a cunhada Vanessa Silva dos Santos também foram capturados.

Duas ex-companheiras de Renato, Ariany Pereira Paranhos e Jessica Lima Pessoa, participaram ativamente da organização criminosa, de acordo com as apurações.

Outro grupo, composto por Edivaldo Freitas Portugal, Edinho Portugal e João André de Souza, conhecido como João do Gelo, está sendo investigado pela PF por seu envolvimento com o tráfico de drogas e armas. Ao todo, 11 suspeitos foram detidos durante a operação.

A Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 25 milhões em bens dos envolvidos, uma medida para desarticular financeiramente a organização criminosa.

A Operação Fim de Mundo é um esforço significativo das autoridades para combater o crime organizado e reduzir a violência associada ao tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro.

A prisão de Leonardo Belchior de Souza, um pastor que aparentemente utilizava sua posição de liderança religiosa como fachada para suas atividades ilícitas, destaca a complexidade e a audácia das operações criminosas. O caso sublinha a importância da cooperação entre diferentes órgãos de segurança e justiça para enfrentar a criminalidade de forma eficaz e proteger a sociedade das ameaças representadas por essas organizações.

Com essa ação, espera-se que a rede de tráfico de drogas e armas que operava entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro seja significativamente enfraquecida, contribuindo para a melhoria da segurança nas comunidades afetadas.

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