8 de Janeiro: general vice de Bolsonaro incentivou golpe, acusa ministro
"Eu suponho que isso foi admitido a partir de induĂ§Ă£o ou de autorizaĂ§Ă£o do prĂ³prio presidente da RepĂºblica [Bolsonaro]", diz Gilmar Mendes.

Da RedaĂ§Ă£o do BNC Amazonas
Publicado em: 08/01/2024 Ă s 10:05 | Atualizado em: 08/01/2024 Ă s 10:05
O ministro Gilmar Mendes acusa o general Braga Netto (foto), vice de Bolsonaro, Ă PresidĂªncia, de incentivar a tentativa de golpe, no dia 8 de janeiro de 2023.
Isso na condiĂ§Ă£o de ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL). Ele disse a manifestantes para terem fĂ© quando a eleiĂ§Ă£o jĂ¡ havia sido definida. Como informa a Folhapress, no NotĂcias ao Minuto.
Da mesma forma, o relator no Supremo Tribunal Federal (STF) dos inquĂ©ritos sobre o 8 de janeiro, Alexandre de Moraes afirma ter indĂcios de que os ataques podem ter sido coordenados.
Ou seja, com orientaĂ§Ă£o de militares treinados por Forças Especiais, unidades de elite existentes tanto no ExĂ©rcito quanto em polĂcias militares.
Houve uma falha dos Ă³rgĂ£os de inteligĂªncia, nĂ£o sabĂamos exatamente quais as ramificações SabĂamos que havia gente treinada invadindo, tanto que a PolĂcia Federal continua investigando em torno de 200 pessoas de preto, procedimento de Forças Especiais mesmo, pessoas treinadas, disse o ministro Ă Folha.
E acrescenta:
E sabĂamos que havia, o que se comprovou depois, um incitamento a um golpe militar”, complementou o ministro, “Ă quebra do regime democrĂ¡tico, porque nos quartĂ©is o que se discursava, inclusive no prĂ³prio dia 8, no dia 7, Ă© que deveriam ocupar os palĂ¡cios, o Congresso Nacional, o Supremo, para forçar uma [operaĂ§Ă£o de] GLO [Garantia da Lei e da Ordem], para que o ExĂ©rcito fosse Ă s ruas, e aĂ essas pessoas convencessem o ExĂ©rcito a dar um golpe militar.
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ConivĂªncia e incentivo
Segundo a publicaĂ§Ă£o, os dois concordam que houve conivĂªncia e incentivo de integrantes das Forças Armadas em relaĂ§Ă£o aos acampamentos em frente a quartĂ©is.
Ainda nesse sentido, Gilmar Mendes tambĂ©m menciona eventual participaĂ§Ă£o de autoridades militares no incentivo aos ataques daquela data.
Os dois concordam que houve conivĂªncia e incentivo de integrantes das Forças Armadas em relaĂ§Ă£o aos acampamentos em frente a quartĂ©is.
Diz-se que a desmobilizaĂ§Ă£o dos acampamentos nĂ£o foi feita de imediato porque havia ali muitos militares. A prisĂ£o no dia 8 tambĂ©m nĂ£o ocorreu para nĂ£o surpreender militares -Ă© o que se diz. EntĂ£o sĂ£o fatos que certamente vĂ£o surgir de maneira muito clara nas investigações, afirmou Gilmar Ă Folha.
“E isso traz responsabilidade para todos os que admitiram. Eu suponho que isso foi admitido a partir de induĂ§Ă£o ou de autorizaĂ§Ă£o do prĂ³prio presidente da RepĂºblica [Bolsonaro].”
Ainda conforme a Folha, Gilmar definiu como “um entendimento um tanto quanto exĂ³tico” a ideia, defendida numa nota de comandantes das Forças Armadas em novembro de 2022.
Por exemplo, de que os acampamentos estavam assegurados pela liberdade de expressĂ£o prevista na ConstituiĂ§Ă£o. Contudo, sem mencionar que ali se fazia pedia golpe de estado e nĂ£o se reconhecia o resultado das eleições.
AlĂ©m disso, o ministro citou um caso em que a Corte Constitucional AlemĂ£ proibiu que manifestantes protestassem em frente a quartĂ©is para impedir proliferaĂ§Ă£o de mĂsseis.
AĂ a Corte Constitucional disse que nĂ£o era ali o lugar de liberdade de reuniĂ£o e manifestaĂ§Ă£o. Eu entendo que tambĂ©m [quarteis] aqui nĂ£o sĂ£o esse espaço. Basta que a gente faça um exercĂcio de contraprova. Imaginemos que o MST decidisse fazer um assentamento na frente dos quartĂ©is. Qual seria a reaĂ§Ă£o?
Leia mais em NotĂcias ao Minuto.
Foto: Valter Campanato/AgĂªncia Brasil