Amazonas no topo dos estados com maior nĂvel de pobreza
O estado divide com o MaranhĂ£o a liderança do ranking no Ăºltimo ano do governo de Bolsonaro

Publicado em: 06/12/2023 Ă s 22:30 | Atualizado em: 06/12/2023 Ă s 23:45
O Amazonas (56,7%) sĂ³ fica atrĂ¡s do MaranhĂ£o (58,9%) em um levantamento que mostra dados alarmantes sobre a pobreza e extrema pobreza dos estados. Â
Das 27 unidades da federaĂ§Ă£o, 9 tĂªm a maior parte da populaĂ§Ă£o composta por pessoas em situaĂ§Ă£o de pobreza.
Os outros estados que fazem parte do ranking sĂ£o Alagoas, ParaĂba, CearĂ¡, Pernambuco, Acre, Bahia e PiauĂ.
Mais de 10 milhões de brasileiros saĂram da linha de pobreza no paĂs em 2022, Ăºltimo ano do governo Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, a maioria da populaĂ§Ă£o desses nove estados, que inclui o Amazonas, segue na pobreza. Dessa forma, essa parcela vive com uma renda mensal de atĂ© R$ 665,02.
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As conclusões sĂ£o do Instituto Jones dos Santos Neves, com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂlios (PNAD), do IBGE.
Os estados com pessoas em situaĂ§Ă£o de pobreza se concentram no Norte e no Nordeste. Essas regiões tiveram os maiores avanços na pobreza na pandemia de covid.Â
O fluxo de migrações internacionais para o Brasil, entre 2013 e 2022, resultou no nascimento de 129,8 mil crianças de imigrantes que chegaram ao paĂs. O Amazonas, especialmente no caso dos venezuelanos, Ă© um dos alvos desse cenĂ¡rio a contribuir para os nĂºmeros da pobreza.
O balanço foi apresentado nesta quarta-feira (6), durante seminĂ¡rio promovido pelo MinistĂ©rio da Justiça e Segurança PĂºblica. O evento marcou dez anos de criaĂ§Ă£o do ObservatĂ³rio das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado Ă pasta.
De acordo com o relatĂ³rio, a evoluĂ§Ă£o dos nascimentos de filhos de mĂ£es imigrantes se deslocou de nações da regiĂ£o do cone sul, como BolĂvia e Paraguai, para paĂses que viveram uma crise migratĂ³ria nos Ăºltimos anos, especialmente Venezuela e Haiti.
Em 2013, foram registradas mais de 8,5 mil crianças nascidas de mĂ£es imigrantes, a maioria bolivianas e paraguaias, seguidas por mulheres chinesas, que ficaram na terceira posiĂ§Ă£o.
Venezuelanos na ponta
JĂ¡ em 2016, as mĂ£es haitianas superam as chinesas, situaĂ§Ă£o que permanece atĂ© 2018. No ano seguinte, as venezuelanas passam a ocupar o primeiro posto, seguidas por haitianas e bolivianas.
O relatĂ³rio aponta uma mudança significativa no perfil dos imigrantes que se dirigiram ao Brasil no perĂodo analisado, que passaram de paĂses do norte para o sul global, ao mesmo tempo que se intensificaram.
Dessa forma, em 2022 a PolĂcia Federal registrou 1,2 milhĂ£o de registros de residĂªncia de longo termo e temporĂ¡rias, dez vezes mais ao observado no inĂcio do perĂodo.
Venezuelanos, haitianos, argentinos e colombianos, portanto, se tornaram as principais nacionalidades a solicitarem residĂªncia, em detrimento de portugueses, espanhĂ³is, alemĂ£es e italianos. (Fonte: AgĂªncia Brasil)
Leia o levantamento completo no G1.
Foto: site Toda Hora/reproduĂ§Ă£o