Amazônia: Manaus é centro da atuação de facções criminosas do tráfico de drogas
Novo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta atuação de bandidos nos nove estados da Amazônia Legal.

Publicado em: 30/11/2023 às 18:35 | Atualizado em: 01/12/2023 às 19:20
Moradores dos nove estados que formam a Amazônia Legal enfrentam diariamente a presença de 22 facções criminosas na região, revela um novo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 30/11.
Composta por Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, a Amazônia Legal conta com 178 municípios, entre os 772 da região, impactados pela atuação de grupos criminosos nacionais e estrangeiros, dedicados ao tráfico de drogas, armas e outros itens.
Apesar de parecer um número modesto, a presença dessas facções é relevante ao considerar que 57,9% da população total da Amazônia Legal reside nos 178 municípios afetados.
Entre esses grupos, destacam-se o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
Em cerca de 80 municípios, nos quais habitam 8,3 milhões de pessoas (31,12% da população total da Amazônia), ocorrem disputas territoriais entre duas ou mais facções.
Em termos proporcionais, aproximadamente um terço dos habitantes da Amazônia Legal está em áreas marcadas por conflitos e disputas, sujeitos a dinâmicas de violência extrema e sobreposição de ilegalidades e crimes, sublinha o estudo.
O Acre e o Amazonas são particularmente afetados por intensos conflitos entre facções, com Manaus sendo identificada como uma plataforma significativa para a exportação de drogas para outros lugares do mundo.
O estudo destaca ainda que as facções criminosas concentram suas atividades nos ambientes urbanos, visando o acesso a meios de transporte para produtos ilegais.
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Essa atuação violenta está diretamente correlacionada a um aumento alarmante no índice de mortes violentas intencionais na região, que é 52% superior à média nacional.
Além das áreas urbanas, as facções também se expandem para o interior dos estados, envolvendo-se em atividades ilegais e crimes ambientais em territórios ribeirinhos, indígenas e quilombolas.
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