Prioridade da água do Madeira é para uso humano e de animais

Recomendação é da Agência Nacional de Águas (ANA) em ato que consideração crítica a situação de quantidade de água no rio Madeira

Previsão de tempo para o AM é de chuva abaixo do normal

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas

Publicado em: 10/10/2023 às 06:42 | Atualizado em: 10/10/2023 às 06:50

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez na quantidade de água do rio Madeira.

Como resultado, a decisão foi tomada ontem, 9, em reunião da diretoria colegiada da agência. 

Hoje, 10, a medida foi formalizada por meio da Resolução ANA Nº 164, publicada nesta madrugada pelo Diário Oficial da União.

Com isso, o Governo Federal define que o uso prioritário das águas do rio Madeira deve ser destinado ao consumo humano e para matar a sede de animais.

A resolução vai vigorar até o dia 30 de novembro. Isso, porém, só se as condições hidrológicas no rio Madeira forem “mais favoráveis e que levem à elevação dos níveis d’água” no rio Madeira. Do contrário, se prorrogará a decretação de crise.

Na edição da resolução, a ANA levou em consideração dados do setor elétrico e informações científicas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Dessa forma, o setor elétrico já reconheceu a severidade da crise hidrológica de seca na Região Norte do país. Esse reconhecimento trata especificamente do rio Madeira. A medida é do último dia 4 de outubro.

Sobre o Inpe, a ANA focou nas condições de chuvas. E estas não trazem boas notícias. “As informações e boletins do Instituto Nacional de Meteorologia […] apresentaram déficits de chuva em relação ao esperado para os meses de julho, agosto e setembro e apontam tendência de permanência da condição”.

Navegação 

Hoje, portanto, a navegação no rio Madeira é crítica. Navios de grandes calados já não conseguem mais se deslocar. Com isso, o transporte de cargas está comprometido.

Por exemplo, o abastecimento de alimentos e o escoamento da soja do Centro-Oeste e da produção do Polo Industrial de Manaus (PIM) já estão suspensos.

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